Inteligência artificial acelera produtividade e sustentabilidade no agronegócio brasileiro
Postado por Redação em 04/07/2025 em NotíciasCom previsão de crescimento de 4,7% em 2025, setor deve investir mais de R$ 25 bi em tecnologias
Rodrigo Cruz, vice-presidente de Estratégia de Crescimento e Inovação de Portfólio da Keyrus, consultoria de transformação digital
O agronegócio brasileiro está prestes a dar um salto de produtividade e sustentabilidade impulsionado pela adoção massiva de inteligência artificial e análise avançada de dados. Segundo projeções da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) em parceria com o CEPEA-USP, o setor deve investir R$ 25,6 bilhões em soluções tecnológicas no próximo ano, um aumento de 21% em relação a 2024. Desse total, cerca de 45% será direcionado à coleta e análise de dados, integração de plataformas e aplicação de IA nas operações agrícolas.
Esse avanço no uso de tecnologias inteligentes representa uma virada de chave na forma de produzir no campo. Especialistas apontam que a capacidade de transformar dados em decisões práticas será o novo diferencial competitivo do agronegócio brasileiro.
Para Rodrigo Cruz, vice-presidente de Estratégia de Crescimento e Inovação de Portfólio da Keyrus, consultoria de transformação digital, essa adoção a tecnologias é o novo divisor de águas do setor. “A transformação digital será o grande divisor de águas do agronegócio nos próximos anos. Não se trata apenas de ganhar eficiência, mas de garantir a competitividade em um mercado cada vez mais exigente – tanto do ponto de vista econômico quanto socioambiental. Quem não acompanhar essa evolução corre o risco de ficar fora de cadeias globais que exigem rastreabilidade, governança de dados e metas ESG” , afirma.
Os impactos positivos da digitalização já são mensuráveis. Segundo estudo da ESALQ/USP, publicado em fevereiro de 2025, propriedades com alto grau de digitalização tiveram aumento médio de 18,7% na produtividade e redução de 12,3% no consumo de insumos agrícolas. Além disso, essas fazendas alcançaram rentabilidade 23% superior em comparação a modelos tradicionais de gestão.
Na prática, o uso de inteligência artificial permite ganhos concretos no campo. "Por meio de algoritmos preditivos, conseguimos antecipar pragas, doenças e variações climáticas, o que permite intervenções mais precisas e menos agressivas ao meio ambiente. Além disso, a análise de dados aplicada ao manejo do solo e à irrigação tem reduzido desperdícios de insumos, como água e fertilizantes, promovendo uma produção mais eficiente e com menor impacto ambiental.", explica o executivo.
Transformação digital exige capacitação de pessoas
A transformação digital no campo não depende apenas da adoção de novas tecnologias, mas também do preparo das pessoas para utilizá-las estrategicamente, como ressalta Cruz: “A tecnologia por si só não transforma nada se não houver pessoas preparadas para usá-la de forma estratégica. Por isso, investir na capacitação das equipes do campo à sede é essencial”.
Segundo o executivo, a digitalização exige novas habilidades, que vão desde o entendimento sobre sensores e plataformas digitais até a interpretação de dashboards de desempenho. “Na Keyrus, reforçamos que a transformação digital deve ser também uma transformação cultural. A tecnologia tem que ser vista como aliada e, para isso, o capital humano precisa estar engajado e preparado para liderar esse movimento”, completa o executivo.