Software permite que agroindústrias e instituições de pesquisas otimizem seus programas de P&D e teste de posicionamento

Da esquerda para a direita, Pablo Romero, COO & CFO; Esteban Hernando, CSO; Ramiro Olivera, CEO e Andrés Rabinovich, CTO. Divulgação: Calice

A agtech Calice lançou no mercado brasileiro uma plataforma preditiva que utiliza inteligência artificial (IA), ciência de dados e bioinformática para otimizar pesquisas agrícolas. O software NODES™, permite que agroindústrias e instituições de pesquisa reduzam custos e tempo na realização de testes de campo, além de contribuírem para a sustentabilidade ao diminuir a necessidade de experimentos físicos.

Com atuação na Argentina e Estados Unidos, a empresa é especializada em modelar computacionalmente dados biológicos e agronômicos de culturas para prever e melhorar seus rendimentos, qualidades e adaptabilidade em diversos cenários ambientais.

O software preditivo avançado foi projetado para contribuiar com pesquisas agrícolas com sua abordagem inovadora de biologia de sistemas. A ferramenta integra e analisa uma ampla variedade de dados de qualquer cultura, abrangendo todos os tipos de informações biológicas, agronômicas e industriais. Essa metodologia holística permite previsões precisas e insights estratégicos que impulsionam a eficiência e a inovação no desenvolvimento das culturas.

A ferramenta opera integrando diversas camadas de informações, utilizando uma ampla gama de fontes de dados - desde genômicos e fenotípicos até qualidade do produto e informações ambientais abrangentes. Desta forma, a tecnologia permite que as empresas otimizem os seus programas de I&D (Investigação e Desenvolvimento) e teste de posicionamento. “Nossa solução pode ser utilizada por todas as companhias agroalimentícias, de insumos, agroindústrias em geral, instituições de pesquisa públicas e privadas além de cooperativas e associações”, conta Pablo Romero, sócio fundador da agtech.

Solução na prática

Na prática a ferramenta desenvolvida pela agtech cruza computacionalmente dados históricos da região, ou da área a ser testada com as informações dos produtos, desta forma, gera dados virtuais que simulam condições reais em geografias e ambientes distintos. “Com essa tecnologia, por meio de simulações embasadas em IA, uma agroindústria pode, por exemplo, fazer pesquisas em outro país testando a performance desses produtos em outros mercados. Desta maneira economiza-se muito dinheiro e principalmente há o ganho de tempo, pois aceleramos o processo computacionalmente reduzindo riscos, e melhorando ainda a precisão da tomada de decisões”, destaca executivo.

As empresas de sementes, por exemplo, enfrentam desafios significativos na estimativa dos rendimentos híbridos em ambientes onde não foram realizados testes diretos. Isto limita a capacidade de otimizar recomendações e posicionar com precisão os produtos em novas zonas agrícolas, especialmente quando se lida com variáveis ambientais críticas como as alterações climáticas.

Em colaboração com uma sementeira do setor, a startup, utilizando o software, implementou ferramentas de modelagem preditiva para extrapolar dados para regiões sem testes diretos. Com base nos perfis ambientais, incluindo a análise do período crítico da cultura, foram agrupados ambientes similares (mega ambientes), identificando as combinações genéticas-ambientes ótimas. Esta abordagem permitiu alertas antecipados para condições ambientais desfavoráveis e previu com precisão os rendimentos em novos locais.

Com a solução, a empresa otimizou a sua rede de testes, reduzindo o número necessário sem comprometer a qualidade dos resultados. Isso permitiu que eles antecipassem os riscos climáticos com uma elevada probabilidade de rendimentos baixos desde o início para zonas específicas e melhorar a tomada de decisões estratégicas, reduzindo custos e maximizando o retorno do investimento. “Além disso foi possível dotar as equipes internas e comerciais de ferramentas de alta precisão para posicionar os híbridos nas melhores condições, aperfeiçoando a experiência do usuário final e fortalecendo a competitividade no mercado global”, detalha Romero.