IoT no agro permite economia de até 70% nas emissões de CO₂ por animal, mostra FIA Business School
Postado por Redação em 29/04/2025 em NotíciasEstudo técnico-financeiro revela que tecnologias digitais também geram retorno econômico com payback de até um ano
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Um projeto-piloto conduzido em uma das regiões agrícolas mais produtivas do Brasil comprovou que o uso de tecnologias conectadas no campo pode gerar eficiência operacional, ganhos econômicos e impacto ambiental positivo. A avaliação técnica e econômico-financeira foi coordenada pela FIA Business School, a pedido da Fundação CPQD e com apoio do BNDES.
O projeto “IoT Agronegócio Inteligente” testou duas soluções com base em Internet das Coisas (IoT): telemetria embarcada em máquinas agrícolas e o uso de uma plataforma de gestão no confinamento bovino. As avaliações foram feitas em propriedades rurais no Mato Grosso, com a participação de empresas como AGCO, Solinftec, @Tech e Embrapa Gado de Corte.
No caso das máquinas agrícolas, sensores monitoraram em tempo real variáveis como consumo de combustível, rotações por minuto (RPM) e rendimento por hectare. Entre 2021 e 2023, o consumo de diesel foi reduzido em 23%, e a área média trabalhada por dia aumentou de 43,36 para 51,74 hectares. Isso representou uma economia relevante em custos operacionais e emissão de CO?, com potencial para conversão em créditos de carbono.
Já na pecuária de precisão, a combinação de balanças automatizadas e a plataforma BeefTrader® permitiu identificar o ponto ótimo de venda dos animais. A estratégia reduziu em até 70% as emissões de carbono por animal, diminuiu o consumo de água em 21% e elevou a rentabilidade por cabeça de gado. A estimativa é de um retorno econômico médio de R$ 32 mil por lote de 100 animais, com payback de até dois lotes.
“Os resultados confirmam que o uso de IoT no campo pode gerar ganhos reais: menor consumo, maior controle operacional e impacto ambiental reduzido. Isso muda o patamar da gestão rural”, afirma Nadia Alcantara, coordenadora da avaliação pela FIA Business School.
A análise também apontou desafios importantes para a adoção dessas tecnologias em larga escala, como a baixa conectividade em áreas rurais, a necessidade de padronização entre sistemas e o alto custo inicial para pequenos produtores. Ainda assim, os pesquisadores destacam o potencial das soluções estudadas para serem replicadas em outras cadeias produtivas, como avicultura e aquicultura.
O estudo integra as ações do Plano Nacional de IoT e reforça o papel estratégico de políticas públicas e do financiamento estatal na transformação digital do agronegócio brasileiro.