Indústria lança primeiro arroz rastreado com tecnologia da Embrapa
Postado por Redação em 27/08/2024 em NotíciasFerramenta utiliza tecnologia blockchain, que garante a integridade e auditabilidade dos dados rastreados
Reprodução: Freepik
O Sistema Brasileiro de Agrorrastreabilidade (Sibraar), ferramenta desenvolvida pela Embrapa que utiliza tecnologia blockchain, começa a ser aplicado para a cadeia do arroz a partir deste mês. A Arrozeira Pelotas leva ao mercado o primeiro lote do cereal rastreado, oferecendo, por meio de um QR Code na embalagem, o acesso a informações sobre a origem da matéria-prima e o processo pelo qual o produto passa até chegar ao consumidor.
Disponibilizado pela Embrapa Agricultura Digital (SP) em 2022, o Sistema Brasileiro de Agrorrastreabilidade (Sibraar) utiliza tecnologia blockchain para o cadastro das informações pela indústria – um banco de dados criptografados, com informações registradas em blocos conectados seguindo uma sequência temporal que garante a inviolabilidade das informações inseridas na plataforma.
“Essa tecnologia garante a integridade dos dados. Após o registro não é possível alterá-los. E, indiretamente, garante uma autenticidade, uma veracidade do dado. Isso é importante para garantir um histórico, uma trilha de auditoria ou de auditabilidade”, conta o pesquisador responsável pelo desenvolvimento da tecnologia, Alexandre de Castro, da Embrapa Clima Temperado (RS).
As informações são armazenadas em um centro de dados da Embrapa seguindo protocolos de segurança. O sistema também adota padrões globais aceitos em mais de 150 países, a partir da parceria com a Associação Brasileira de Automação (GS1 Brasil), tornando-o apto a atender ao mercado internacional.
Neste primeiro momento, foram rastreadas cerca de 300 toneladas de arroz branco tipo 1 da marca Brilhante. Mas, a ideia da empresa é produzir novos lotes, expandindo para outros produtos, como o arroz parboilizado e o arroz parboilizado integral.
Atendimento à legislação e às demandas dos consumidores
Realizada por demanda do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), a iniciativa visa atender à Lei do Autocontrole, que prevê o compartilhamento de responsabilidades entre governo e setor produtivo na fiscalização da produção agropecuária. A legislação, ainda em processo de regulamentação, determina a necessidade de monitoramento e o registro auditável de informações ligadas aos processos produtivos, de maneira a garantir qualidade, segurança e conformidade legal aos produtos.
Supervisora de qualidade na Arrozeira Pelotas, Nathalia Xavier explica que o projeto para rastreabilidade teve o apoio da diretoria e gerência da empresa, que já vem trabalhando para atender às legislações vigentes, adotando mecanismos de autocontrole e certificações. “Com o Sistema Brasileiro de Agrorrastreabilidade da Embrapa, o Sibraar, nosso objetivo é disponibilizar aos consumidores informações relevantes sobre o produto, demonstrando transparência no controle do nosso processo de produção”, completa.
Segundo Castro, é importante fomentar uma cultura de rastreabilidade para que o consumidor tenha acesso às informações sobre o que está consumindo, além de promover um diferencial de mercado para a indústria. “Ainda é uma questão cultural que está se iniciando no Brasil. Na Europa, isso já está mais difundido e as pessoas só compram o produto se for rastreado. Os europeus são mais exigentes em relação à origem dos produtos comercializados, acrescenta”.
A tecnologia de rastreabilidade do arroz será lançada durante a 47ª Expointer, em Esteio (RS), no dia 29 de agosto.