De acordo com o ICR da Associação, área disponível para uso agrícola no Brasil, com cobertura 4G e 5G, subiu para 23,8%

Paola Campiello, presidente da ConectarAGRO

A Associação ConectarAGRO promoveu, na última terça-feira, debates sobre os avanços da conectividade no agronegócio e as mudanças que a internet de qualidade pode levar ao campo, durante a Futurecom 2024, que está sendo realizada em São Paulo.

Durante o evento, a associação deu destaque a atualização de setembro dos números do Indicador de Conectividade Rural (ICR), desenvolvido em colaboração com a Universidade Federal de Viçosa (UFV), para mensurar a conectividade em áreas rurais e remotas do Brasil. 

Em abril, a associação registrou que apenas 19% da área disponível para uso agrícola no Brasil contava com cobertura 4G e 5G, principalmente nas regiões Sul e Sudeste. Atualmente, esse percentual aumentou para 23,8%. Além disso, a média do Índice de Conectividade Rural (ICR) por município no país passou de 0,45 para 0,6.

Nos últimos seis meses, de acordo com a associação, também houve um aumento na quantidade de imóveis rurais com cobertura 4G e 5G em áreas destinadas à agropecuária. Anteriormente, 37% desses imóveis tinham acesso a essas redes, e agora esse número subiu para 43,8%.

Levando em consideração esses números, o aumento do ICR pode ser atribuído a vários fatores, incluindo o crescimento da conectividade em áreas próximas a cidades e rodovias. Essas regiões concentram um número expressivo de pequenos imóveis rurais, o que favoreceu a expansão de propriedades com áreas agricultáveis totalmente conectadas.

“A presença dessas pequenas propriedades em áreas de ‘fácil’ acesso tem impulsionado a conectividade, aumentando assim o alcance da cobertura digital rural. Esse movimento de inclusão digital em áreas produtivas reflete diretamente no aumento do Indicador”, explica Paola Campiello, presidente da ConectarAGRO.

Além disso, aspectos ambientais também contribuíram significativamente para esse crescimento. Houve um aumento na conectividade em regiões com áreas indígenas e de proteção ambiental privada, além de um avanço expressivo no número de cadastros ambientais rurais regularizados. Em nível nacional, essa ampliação da conectividade em áreas de preservação ajudou a impulsionar o ICR. Entretanto, o incremento nas áreas de proteção ambiental, tanto públicas quanto privadas, levou à redução das áreas agricultáveis em alguns municípios, o que também impactou o aumento do valor do Indicador nesse contexto.