Adoção de IA no agronegócio aumenta e impulsiona transformação digital
Postado por Redação em 23/08/2024 em NotíciasNos últimos anos, setor passou pela transformação digital, em busca de utilizar estatística avançada para predizer fenômenos
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A Inteligência Artificial é uma poderosa ferramenta capaz de cruzar fontes de dados distintas e extrair padrões para construir insights difíceis de serem alcançados manualmente. Nos últimos dois anos, os sistemas ou máquinas que mimetizam a inteligência humana ganharam ainda mais espaço no agronegócio, auxiliando empresas a aplicarem estatística avançada para aprender e predizer fenômenos futuros, a partir de dados obtidos.
De acordo Vinicius Gallafrio, CEO da MadeinWeb, provedora de serviços de TI e transformação digital, as ferramentas de dados podem agregar muito valor, criando um repositório único com informações de operação e produção, já permitindo uma análise de indicadores completa e ágil, mas IA vai além.
“No agronegócio, consegue predizer produção de lavouras, ranquear fatores de influência que ajudam ou não no crescimento de animais, otimiza a logística de distribuição de insumos e produtos acabados, dentre muitas outras coisas. Em toda a cadeia produtiva, onde quer que haja a captura ou manipulação de algum dado para uma tomada de decisão, é possível utilizar a tecnologia e a inteligência artificial para promover mais agilidade no processo, eficiência e elevar a performance”, pontua.
Com o barateamento de tecnologias, causado pela alta procura após a pandemia, o setor, considerado carente, está se abrindo aos benefícios. As empresas antenadas na nova onda, geralmente, buscam soluções de digitalização e sensoriamento.
Conforme Vinicius, o agro é uma atividade quase “artesanal” exigindo muita mão na massa e o "olhar do dono". As empresas do setor agora buscam aprender com a sabedoria de especialistas e, através de sensores e inteligência artificial, criar ferramentas que facilitem e antevejam problemas para acionamento de uma força tarefa no campo.
“O Brasil é o país do agronegócio e suas dimensões fazem com que toda a atividade seja amplamente diversificada e pulverizada. O grupo de produtores é heterogêneo, quando falamos de desenvolvimento tecnológico. Temos desde produtores com uma operação familiar e pautada em anotações em papel, a mega produtores com granjas e plantações controladas por sensores e drones. Os grandes desafios estão pautados em uma mudança de cultura, um acesso a baixo custo às novas tecnologias, com um programa de capacitação. Sobre esse último ponto, ainda há regiões do país com pouco acesso à internet”, explicou.
As soluções mais buscadas são as que automatizam tarefas manuais de preenchimento de dados, ou seja, digitalização, e também sensoriamento e acompanhamento de crescimento de lavouras e animais em granjas, tudo isso conectado à uma central com ferramental de IA embarcado.
Tendências tecnológicas para o agronegócio
“Segundo dados do Radar Agtech Brasil 2020/21, o país possui 1.574 agtechs – startups focadas no agronegócio. Durante a pandemia, e com a maior necessidade de digitalização, o setor apresentou um crescimento de 40% , em comparação com os anos anteriores. Isso mostra o quanto o setor está aberto a essas mudanças e disposto a incorporar novas soluções nas empresas”, disse Vinicius
A transformação digital no agronegócio promove mais eficiência no processo. A agilidade e capacidade de tomada de decisão antecipada traz ganhos na produção e permite uma extração de máximo proveito da atividade exercida. Além de um ganho de performance, há ganho em qualidade de vida ao produtor, que afasta um pouco o trabalho manual e passa a acompanhar painéis e ferramentas com poder de antever e notificar situações de risco, tornando rara a atuação humana.
Trabalhando de forma digital e com ferramentas que permitem uma produção em máxima performance, é possível criar formas mais sustentáveis de trabalho com ótimas adequações ao ESG.
“É difícil prever onde estaremos daqui uma década. A tecnologia se reinventa todos os anos. O que podemos afirmar é que a forma de trabalho se modificará muito, e teremos cada vez menos trabalhos manuais e repetitivos. Certamente, também veremos a Inteligência Artificial entrando no setor em todos os níveis da cadeia, desde plantio até o alimento na mesa para o consumidor final”, conclui.