Irrigação digital: A era do digital farming
Postado por Daniel Pedroso – Especialista Agronômico, Netafim Brasil em 08/04/2025 em ArtigosAutor destaca a evolução da irrigação digital para uma agricultura mais sustentável
Daniel Pedroso – Especialista Agronômico, Netafim Brasil
Desde a descoberta da agricultura pelas civilizações antigas, a irrigação sempre fez parte desse sistema como um insumo essencial para a obtenção de alimentos.
Com o passar dos anos e à medida que os avanços tecnológicos foram surgindo, a agricultura, bem como a irrigação, passou por uma série de evoluções, aprimorando ainda mais a maneira e a eficácia da produção para atender ao aumento da demanda de uma população crescente.
A irrigação teve origem nas várzeas dos grandes rios, onde os cultivos eram irrigados de maneira ineficiente, pois não havia técnicas de manejo. Hoje, contamos com técnicas avançadas de irrigação, monitoramentos precisos e até o uso da inteligência artificial (IA).
Conhecida como a Era da Irrigação Digital, essa nova fase da agricultura se caracteriza pelo uso de sensores em campo e nos equipamentos de irrigação com conexão remota. Esses sensores enviam as informações coletadas para uma central, onde ocorre o recebimento, processamento e a disseminação dos dados em tempo real ao tomador de decisão, seja o gerente da área ou até mesmo robôs.
Atualmente, é cada vez mais comum encontrarmos nas usinas os C.O.I.s – Centros Operacionais de Irrigação. Esses ambientes possuem vários monitores que exibem, em tempo real, o funcionamento dos equipamentos de irrigação e a umidade do solo em diferentes áreas irrigadas.
Falando em equipamentos, o que antes exigia a presença de mão de obra humana para acionar e desligar os sistemas de irrigação, hoje pode ser feito à distância. Por exemplo, no sistema de irrigação por pivô central, há plataformas que permitem, além do acionamento remoto, o monitoramento do funcionamento do equipamento. Além disso, essas ferramentas indicam se o manejo adotado está suprindo corretamente a necessidade da cultura.
O gotejamento, conhecido por ser o método de irrigação mais jovem (criado em 1965), nasceu e foi desenvolvido em um país com alta tradição tecnológica em irrigação: Israel. Esse sistema também evoluiu e, hoje, conta com tecnologia avançada de monitoramento e recomendação agronômica.
Uma dessas plataformas é o GrowSphere. Essa solução digital opera com sensores de monitoramento da umidade do solo e do funcionamento do equipamento de irrigação. Os dados são enviados para um controlador conectado à internet ou diretamente para a nuvem, permitindo que o operador da irrigação acesse as informações por meio de um aplicativo.
Com esse tipo de tecnologia, tanto o gerente da fazenda quanto o responsável pela irrigação têm acesso a gráficos que mostram a umidade do solo e o volume de água aplicado. Com essas informações, é possível avaliar se o manejo de irrigação adotado está condizente com as necessidades da cultura.
E a inovação não para por aí. Além do monitoramento do solo e do sistema de irrigação, a tecnologia GS disponibiliza o Crop Advisor, um sistema de recomendação de irrigação. A ferramenta analisa dados de clima, solo e cultura para sugerir uma agenda de irrigação personalizada para o produtor.
Com o aumento da demanda por alimentos e a busca por sustentabilidade, a eficiência no uso da água se tornou fundamental para produzir mais com menos. Por isso, a decisão de quando e quanto irrigar deve ser baseada em dados precisos e rápidos.
Dessa maneira, com a evolução da tecnologia nos sistemas de irrigação, alcançar esse grande objetivo se torna cada vez mais viável.