Daniel Caiche, especialista em inteligência de Mercado de Carbono e professor de pós-graduação em ESG

A adoção de práticas de agricultura regenerativa tem se tornado comum entre diversas empresas. Recentemente, a Bayer divulgou que pretende ampliar a agricultura regenerativa em mais de 400 milhões de acres mundialmente até meados da próxima década. Para ajudar empresas a adotarem essas práticas, a Vega Monitoramento oferece tecnologias para monitoramento em tempo real, diagnóstico socioambiental e gestão de riscos ambientais.

A principal dificuldade em implementar tais práticas é a transição inicial, que envolve custos, conhecimento, capacitação, infraestrutura e outros aspectos, como explica Daniel Caiche, especialista em inteligência de Mercado de Carbono na Vega e professor de pós-graduação em ESG na FGV. “Os principais desafios tecnológicos para aplicar práticas de agricultura regenerativa em grande escala incluem a integração e acessibilidade das tecnologias avançadas, como sensores, IA e satélites, especialmente na fase de coleta e amostragem de solos. Para pequenos agricultores e regiões remotas este desafio se tornar maior ainda devido aos custos iniciais”. 

Caiche ressalta também sobre a necessidade de uma infraestrutura adequada para coleta e processamento de grandes volumes de dados, que por sua vez são muito específicos e carecem de conhecimentos avançados e gestão eficientes das informações, bem como capacitação profissional.

"Outro desafio é garantir a interoperabilidade entre diferentes sistemas e plataformas tecnológicas, permitindo uma gestão coesa e eficiente das práticas agrícolas regenerativas que sejam aptas à serem usadas pelos diferentes standards e frameworks que vêm surgindo cm objetivo de padronizar as métricas e cálculos", menciona.

A multinacional NovaAgri, especializada em soluções agrícolas sustentáveis, adotou a tecnologia da Vega, por meio da plataforma Lyra para atingir os objetivos climáticos estabelecidos pela direção internacional da empresa.

Com a demanda de gerar projetos de créditos de carbono em terras brasileiras vinda da matriz no Japão, a empresa utilizou a plataforma para identificar em mais de 1.000 propriedades quais as áreas de floresta nativa, quais estoques de carbono presentes, além de calcular taxas regionais de desmatamento e assim analisar o potencial de geração de créditos de carbono para cada propriedade.

A plataforma proporciona uma visão produtiva da propriedade rural, integrando as perspectivas ambientais e agrícolas. Através dela, é possível validar e monitor a cadeia produtiva, criando rastreabilidade da origem, diagnosticando o compliance socioambiental e monitorando atividades agrícolas e climáticas.

“A adoção de práticas de agricultura regenerativa, apoiada por tecnologias que compõe o portifólio de soluções da Vega tem proporcionado diversos benefícios ao setor, como a realização de mapeamentos inteligentes e o monitoramento contínuo das práticas utilizadas, previsão da produtividade, estimativas do incremento de carbono e a remoção de gases de efeito estufa dentro da unidade produtiva além de identificando áreas que necessitam de regularização, ajudando a aplicar recursos de forma precisa", conta o especialista.

Caiche compartilhou sua visão em relação a evolução da agricultura regenerativa e a adoção de novas tecnologias no Brasil e no mundo. "Tecnologias de sensoriamento remoto e monitoramento em tempo real tendem a se tornarem mais acessíveis e integradas nas operações agrícolas, permitindo uma gestão mais precisa e eficiente das práticas regenerativas".

Segundo ele, a inteligência artificial e grandes bases de dados especializados vão facilitar a análise e interpretação da evolução das práticas agrícolas. "Globalmente, a colaboração entre governos, empresas e instituições de pesquisa será essencial para desenvolver políticas públicas de incentivo, padrões de report unificado das informações e programas de financiamento vão desempenhar um papel importante na promoção da agricultura regenerativa", finaliza.