Uso de IA na indústria cafeeira impulsiona produtividade e qualidade dos grãos
Postado por Redação em 10/06/2024 em NotíciasPrincipais desafios da indústria do café é a falta de rastreabilidade e transparência na cadeia de fornecimento
O agronegócio representa quase 30% das exportações do Brasil, e o café é o segundo item mais exportado, ficando atrás somente da soja. Com o auxilio de Inteligência Artificial, o Brasil tem potencial de se tornar líder em valor agregado no mercado global de café, como conta o especialista Emerson Lima, CEO da Sauter, empresa de Nuvem, Dados, DevOps e IA generativa.
"O uso da Inteligência Artificial na indústria cafeeira promete render, até 2027, UU$ 2,7 bilhões para o setor globalmente. No Brasil, só temos a ganhar com as ferramentas e mudanças trazidas pela IA, que pode atuar no aumento produtividade e qualidade dos produtos; a programação auxilia na redução de custos e desperdícios de recursos; melhoram a rastreabilidade e a transparência do processo; desenvolvem novos produtos e serviços para o setor; e fortalece a marca do café brasileiro no mercado global”, explica.
A IA pode ser utilizada em todas as etapas da cadeia produtiva, auxiliando na transformação da indústria. No início da cadeia de produção – plantio e cultivo –, por exemplo, drones e sensores podem atuar fazendo o monitoramento da lavoura, enquanto a irrigação automatizada com sistemas inteligentes otimiza o uso da água e evita desperdícios.
Na etapa de colheita e beneficiamento, o uso de colheitadeiras mecanizadas serve para aumentar a produtividade – robôs guiados por IA selecionam os grãos, enquanto sistemas de IA são capazes de analisar imagens e dados dos grãos para classificá-los de forma automatizada, analisam dados meteorológicos, padrões de solo e comportamento das plantas para melhorar o processo de cultivo.
Além disso, algoritmos ajudam a identificar doenças preventivas e precoces e permitem intervenções rápidas para preservação das colheitas.
“Todas as etapas da cadeia só têm a ganhar com o uso da IA. A automação, especialmente por meio da inteligência artificial, é uma forma de otimizar o processo e prever demandas e necessidades, como ajustes automáticos da moagem, previsão da demanda e otimização do estoque, ou análises sensoriais automatizadas e sugestões de harmonização – a coleta e análise de dados de degustação são capazes de sugerir combinações perfeitas de café com alimentos e bebidas, proporcionando experiências personalizadas para os consumidores”, conta o CEO.
Emerson Lima, CEO da Sauter
Vale destacar que um dos principais desafios da indústria do café é a falta de rastreabilidade e transparência na cadeia de fornecimento. Para esse desafio, a tecnologia blockchain somada à inteligência artificial são grandes aliados.
Blockchain é um mecanismo de banco de dados avançado que permite o compartilhamento transparente de informações na rede de uma empresa. Um banco de dados blockchain armazena dados em blocos interligados em uma cadeia. Cada transação é um bloco, e cada bloco é interligado ao anterior, e então formam uma corrente de informações.
Como exemplo de uso dessa tecnologia, a NKG, uma das maiores exportadoras brasileiras de café, implementou a plataforma TradeLens baseada em blockchain para rastrear a origem dos grãos de café desde a plantação até a xícara do consumidor. “Os resultados foram excelentes para o negócio”, comenta Emerson Lima. “A plataforma facilitou a comunicação entre a NKG e seus parceiros na cadeia de suprimentos, o que reduziu atrasos e otimizou processos de transportes.”
A empresa estima que a plataforma TradeLens reduziu seus custos de transporte de café em até 15%.
Além disso, a tecnologia blockchain pode ajudar, também, no combate à fraude e falsificação dos grãos de café – grãos de baixa qualidade são misturados com grãos de alta qualidade, e produtos falsificados, vendidos como autênticos.
Para isso, soluções baseadas em blockchain, como a IBM Food Trust, permitem que as empresas rastreiem e autentiquem seus produtos com fácil identificação do que é verdadeiro ou não. No entanto, é importante ter em mente que a implementação bem-sucedida da inteligência artificial requer um planejamento cuidadoso e uma compreensão profunda dos processos de negócio da empresa.
“Os próprios CEOs podem ser agentes de mudança. A adoção de novas tecnologias idealizadas a partir do princípio da sustentabilidade, aliada a utilização da IA para reimaginar modelos de negócio, processos e soluções mais sustentáveis, farão com que a tecnologia seja cada vez mais utilizada de forma consciente em diversas áreas”, finaliza o CEO.