Decisões mais ágeis permitem que produtores ganhem eficiência, reduzam custos e preservem recursos naturais

Alan Camillo, Chairman & Founder da BlueShift Brasil

Apesar da liderança global brasileira na produção de alimentos, muitos produtores ainda enfrentam gargalos no país, como ineficiências operacionais, desperdício de insumos e dificuldades no monitoramento em tempo real de lavouras e maquinário. É nesse contexto que tecnologias como o Edge AI ganham relevância estratégica, despontando como soluções capazes de transformar a operação no campo.

O conceito de Edge AI consiste em executar modelos de inteligência artificial diretamente nos ativos, como sensores, drones e máquinas. Isso reduz a dependência de conectividade e a latência, enquanto uma arquitetura híbrida com a nuvem garante treino, gestão e conformidade. Essa característica é especialmente importante no campo, onde a conectividade limitada e o tempo de transmissão de dados podem comprometer decisões críticas. Com a IA rodando localmente, os dados são analisados quase em tempo real, permitindo respostas rápidas a situações como pragas, falhas mecânicas ou variações climáticas.

Essa tecnologia complementa os modelos centralizados: decisões que exigem baixa latência são processadas localmente, enquanto aprendizado e governança permanecem na nuvem. Com isso, máquinas e sistemas agrícolas podem agir com intervenção humana mínima, em uma automação supervisionada que permite ajustes finos quando necessário. Por exemplo, pulverizadores com visão computacional (see & spray) detectam ervas daninhas e aplicam herbicida apenas onde é preciso, reduzindo o volume usado sem comprometer a eficácia. Em um mercado cada vez mais pressionado por margens, essa eficiência se traduz em um diferencial competitivo estratégico.

Para Alan Camillo, Chairman & Founder da BlueShift Brasil, companhia de soluções de dados e tecnologia, o diferencial do Edge AI é unir velocidade e precisão no ponto de decisão. “No campo, decisões precisam ser tomadas rapidamente. A capacidade de processar e interpretar dados com agilidade, no próprio dispositivo, torna isso quase imediato. Isso elimina gargalos, reduz riscos e abre espaço para respostas mais inteligentes e precisas, aumentando a produtividade e permitindo ajustes em tempo real, algo inviável em sistemas centralizados tradicionais”.

Além da redução de custos, a tecnologia contribui para a agricultura de precisão, melhorando a qualidade das colheitas e aumentando a sustentabilidade. Ao aplicar insumos de forma direcionada e otimizar o uso de recursos como água e energia, o produtor não apenas eleva a produtividade por hectare, mas também reduz o impacto ambiental de suas operações, um fator cada vez mais exigido por consumidores e parceiros comerciais internacionais.

Essa integração entre produtividade e sustentabilidade é o que torna o Edge AI uma tecnologia disruptiva para o agronegócio. Ao utilizar os recursos naturais de forma mais eficiente, a tecnologia não só melhora os resultados econômicos, mas também atende às exigências por práticas agrícolas responsáveis, garantindo a viabilidade da produção a longo prazo.

“Com o avanço do Edge AI, caminhamos para um cenário em que a tecnologia não apenas apoia as operações, mas antecipa necessidades e otimiza recursos continuamente. Essa inovação traz uma nova dimensão de competitividade, alinhando alta performance a práticas sustentáveis, contribuindo para um agronegócio mais resiliente e preparado para os desafios futuros”, conclui Alan Camillo.