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Inovação e sustentabilidade podem levar o Brasil à liderança global em pecuária

Postado por Redação em 29/11/2024 em Notícias

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Setor precisa superar desafios para atender à demanda global por carne bovina, projetada para aumentar em 70% até 2050

Inovação e sustentabilidade podem levar o Brasil à liderança global em pecuária
Reprodução

A pecuária brasileira tem nas mãos a oportunidade de se posicionar como referência global em inovação e sustentabilidade. Segundo um estudo realizado pela MIT Sloan Management Review Brasil, em parceria com a AgroVen, o setor precisa superar desafios históricos para atender à crescente demanda global por carne bovina, projetada para aumentar em 70% até 2050, impulsionada pela população mundial, que deve alcançar 10 bilhões de pessoas (ONU, 2024).

Com um rebanho bovino de 234,4 milhões de cabeças, o Brasil é o maior exportador mundial de carne bovina (IBGE, 2022), mas enfrenta desafios como a baixa adoção de tecnologias por micro, pequenos e médios pecuaristas, que representam mais de 90% do total de 1,37 milhão de pecuaristas ativos no país (IBGE, 2022).

Para Douglas Souza, CEO do MIT Sloan Management Review Brasil, “a transformação da pecuária exige uma visão que combine tecnologia, sustentabilidade, além de uma gestão robusta. Esse é o caminho para não apenas atender à demanda global, mas também criar um modelo de negócios que contribua para o desenvolvimento econômico e ambiental do Brasil”.

A profissionalização da gestão rural é um ponto central para transformar a pecuária brasileira em uma referência global. Embora grandes players do setor já estejam na vanguarda, pequenos e médios produtores, eles ainda enfrentam desafios significativos.

Outro aspecto relevante é a necessidade de modernizar práticas tradicionais, como o manejo extensivo, que muitas vezes resulta em ciclos produtivos longos e ineficientes. A adoção de um planejamento estratégico, que inclui técnicas de manejo de solo e uso racional de recursos, como água e fertilizantes, permite ganhos significativos de produtividade e competitividade no mercado global.

Além disso, de acordo com o estudo, startups especializadas em agtechs estão democratizando o acesso a tecnologias de ponta, antes exclusivas de grandes players. Entre os destaques está o sistema de rastreamento SafeBeef, da iRancho, sistema de rastreamento que acompanha a vida dos animais, além de  gerenciar o rebanho, as técnicas de manejo e bem-estar, pelo celular.

Outro exemplo é a Fazenda União do Brasil, que adotou um processo de verticalização completo. Atuando com cria, recria e engorda, chegando a um restaurante próprio que serve suas carnes premium, e faz com que uma etapa sirva à próxima, com os grãos plantados alimentando os animais, os dejetos produzindo adubo e assim por diante.

“A sustentabilidade não é apenas um requisito ambiental, mas também uma estratégia de mercado. Consumidores globais buscam produtos alinhados a critérios ESG, e o Brasil está bem posicionado para liderar essa transição”, reforça o CEO.

Apesar das vantagens competitivas, como um mercado exportador e leis ambientais, a pesquisa identifica gargalos estruturais que precisam ser superados, incluindo baixa conectividade no campo (soluções como a internet via satélite estão ganhando adesão, mas a infraestrutura ainda é limitada). Além disso, pequenos pecuaristas enfrentam dificuldade para implementar práticas sustentáveis e tecnologias avançadas de acesso ao crédito e também é crucial fomentar a formação de gestores preparados para lidar com a complexidade do setor.

“A transformação da pecuária brasileira é um desafio sistêmico, mas também uma enorme oportunidade. Com planejamento estratégico e parcerias público-privadas, o Brasil pode não só atender à crescente demanda global, mas se consolidar como referência em produção sustentável e inovação”, conclui Souza.

 

Postado por Redação em 29/11/2024 em Notícias

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