Estudo mostra a evolução da maturidade tecnológica no agronegócio
Postado por Redação em 11/09/2025 em NotíciasÍndice Agrotech, da Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil, mostra o investimento em tecnologia no campo
Marina Pereira, gerente de Pesquisa & Desenvolvimento da Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil
A Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil lança o Índice Agrotech GS1 Brasil 2024/25, que mensura o nível de automação e digitalização nas fazendas brasileiras, revela avanços e também os desafios para o setor agropecuário.
O levantamento faz uma análise evolutiva do período entre 2019 e 2024 para fornecer dados sobre a adoção de tecnologia, automação e digitalização de processos da produção da agricultura e da pecuária no Brasil – desde o uso de maquinários e equipamentos até a integração de dados aos sistemas de gestão.
Em cinco anos, o Índice Agrotech GS1 Brasil cresceu de 0,17 para 0,23, um avanço relativo de 35% - a base de cálculo é de 0 a 1. Esse progresso reflete a incorporação gradual e constante de tecnologias “dentro da porteira”. A expansão da agropecuária de precisão, a adoção crescente de sensores e drones para monitorar lavouras e rebanhos e a melhora da conectividade no campo foram pilares desse movimento.
Entre as soluções mais adotadas estão sensores de solo e clima, maquinários inteligentes e sistemas de rastreabilidade. Essas ferramentas possibilitam ganhos de produtividade, redução de desperdícios e alinhamento às exigências de sustentabilidade, fatores que reforçam a competitividade do agronegócio brasileiro no mercado global.
O índice revela que existe um amplo espaço para crescimento nos próximos anos, sobretudo na plena digitalização das operações, na integração eficaz entre máquinas e sistemas de gestão e na adoção de inovações que promovam a sustentabilidade ambiental.
Segundo Marina Pereira, gerente de Pesquisa & Desenvolvimento da Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil, “houve um avanço no nível de maturidade tecnológica medido pelo Índice Agrotech GS1 Brasil, o que reflete um progresso considerável na incorporação de tecnologias voltadas à gestão, automação de equipamentos, digitalização e práticas sustentáveis pelos gestores das propriedades rurais”.
O estudo indica que o agronegócio brasileiro caminha para maior maturidade tecnológica, mas enfrenta barreiras como o alto custo de equipamentos, a falta de conectividade em áreas rurais e a necessidade de mão de obra bem qualificada.
Índice por atividade
Entre 2019 e 2024, tanto a agricultura quanto a pecuária apresentaram avanços no Índice Agrotech, embora em ritmos distintos. Desde o início da mensuração dos indicadores, a agricultura se destaca por apresentar os maiores níveis de automação em comparação à pecuária. Esse protagonismo reflete-se nos resultados das principais atividades agrícolas — grãos, cana-de-açúcar, horticultura e algodão. Nesse período, o índice da agricultura evoluiu de 0,18 para 0,24, aumento de 33% impulsionado principalmente pelo aumento dos investimentos em tecnologias de precisão, entre elas a adoção de equipamentos automatizados e a integração de dados aos sistemas de gestão.
A pecuária, por sua vez – gado de corte, gado de leite, suinocultura e avicultura –, também registrou progresso, com o índice subindo de 0,17 para 0,22. Apesar do avanço de 29%, o ritmo foi mais contido, o que reflete os desafios adicionais relacionados à automação no manejo animal. Entre as atividades pecuárias, o destaque foi o gado de leite, com crescimento de 47% ao longo dos cinco anos, seguido pela avicultura (40%) e o gado de corte (23%). Já suinocultura, apresentou retração de 8% entre 2023 e 2024.
Para a GS1 Brasil, a próxima etapa será marcada pela expansão da conectividade no campo, impulsionada pelo 5G e pela internet das coisas (IoT). A expectativa é que esses avanços acelerem a digitalização do setor, consolidando o país como referência internacional em inovação agrícola.