Tecnologia de dados otimiza o agro e amplia eficiência
Postado por Redação em 16/12/2025 em NotíciasCom horta automatizada, pesquisadores do Instituto Mauá de Tecnologia impulsionam tecnologia com empresas como Embrapa
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Tecnologias digitais vêm redesenhando o agronegócio e cadeias produtivas com monitoramento contínuo, conectividade e análise de dados. No Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), pesquisadores têm transformado uma horta automatizada em um ecossistema completo de agricultura inteligente, que já opera em ambientes reais de produção e prioriza soluções de baixo custo para pequenos e médios produtores.
O trabalho começou com a Horta Automatizada, criada por estudantes, professores e desenvolvedores do Centro de Pesquisas da Mauá. O projeto integra medições por meio de estação meteorológica (chuva, umidade, temperatura, velocidade e direção do vento, entre outras variáveis) e sensores de umidade do solo desenvolvidos pela equipe, além de um sistema de irrigação automática com acionamento programado, tudo conectado por IoT (Internet of Things). Os dados são transmitidos por meio de tecnologia de comunicação sem fio usando dispositivos LoRa (Long Range) para um gateway no campus e integrados à sistema que consolida as informações.
“Começamos na horta para que os alunos vivessem a automação no campo, trabalhando com sensores, irrigação, conectividade e dados em um ciclo só. A ideia é aprender fazendo e transformar essa base em soluções reprodutíveis fora do ambiente acadêmico”, afirma Wânderson de Oliveira Assis, professor e coordenador da pós-graduação em Engenharia de Automação e Controle Industrial do Instituto.
Tecnologia de dados otimiza o agro e amplia eficiência
O sistema combina sensoriamento ambiental, comunicação e análise de dados. As informações dos sensores são capturadas e recebidas no sistema embarcado, que se encarrega de transmiti-los pela internet, usando a rede Wi-Fi, ou pela comunicação via módulos LoRa. Em seguida, esses dados ficam disponibilizados em um sistema para que possa ser consultado.
“Conseguimos promover a integração em uma única plataforma, com sensores com dados reais. Isso simplifica o uso e barateia a adoção, especialmente para quem não tem acesso a tecnologias caras”, explica Assis.
Agricultura Inteligente na prática
A partir dos resultados obtidos no campus da Mauá o sistema foi replicado no Centro de Inovação e Tecnologia (CIT) da Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasi, com os sensores desenvolvidos pelo Centro de Pesquisas. Na sequência, vieram trabalhos conjuntos com a Embrapa, no contexto dos projetos Semear Digital e ArmaTrigo, liderados pela Embrapa Agricultura Digital, sendo o último com participação das Unidades Embrapa Trigo e Embrapa Florestas, além de pesquisadores de outras instituições, como o Instituto Federal do Rio Grande do Sul. A equipe instalou sistemas em fazendas de Passo Fundo (RS) e São Miguel Arcanjo (SP). Em São Miguel Arcanjo, um episódio climático levou à perda da plantação; os dashboards da Mauá registraram queda brusca de temperatura e ventos fortes, auxiliando o produtor a compreender o evento.
“Nossa meta é levar do laboratório ao campo. Em fazendas, os dados viram decisão: quando regar, quando proteger a lavoura, como reagir a fenômenos climáticos. O caso da geada mostrou como a evidência orienta a resposta do produtor”, pontua Assis.
Além disso, com foco em acessibilidade, a Mauá direciona o desenvolvimento para pequenos e médios produtores, oferecendo arquitetura modular e implementação prática da tecnologia. O programa segue em expansão, com novas instalações e pesquisas paralelas orientadas por necessidades reais do produtor.
“Agricultura inteligente não é só tecnologia: é otimização de processos, segurança na tomada de decisão e praticidade no dia a dia. Quando sensor, conectividade e IA trabalham juntos, o produtor ganha previsibilidade, evita perdas e colhe melhor”, conclui o professor.








