Aplicação da IA na gestão de riscos agrícolas
Postado por Rogério Athayde, CTO da keeggo em 05/04/2024 em ArtigosRogério Athayde é CTO da consultoria de tecnologia keeggo.
A Inteligência Artificial está se tornando cada vez mais indispensável dentro do agronegócio, tanto que, no ano de 2023, os investimentos voltados para a tecnologia dentro do setor atingiram US$1,7 bilhão. Isso acontece porque a IA permite a análise de um grande volume de dados e imagens, viabilizando maior controle e detecção precoce de problemas, reduzindo as perdas de safras e o uso de defensivos agrícolas.
Ao obter informações mais precisas, o segmento tem um controle maior voltado para a melhora na eficiência operacional e automação de tarefas para monitoramento do campo. Nesse sentido, a tecnologia se tornou um bem precioso para o fomento da economia. O próprio Ministério da Agricultura e Pecuária assinalou que a ferramenta se tornou primordial para segurança nacional ao prognosticar condições climáticas adversas, pragas e doenças.
Seja pela infinidade de sensores e integrações com estações climáticas que proporcionam a coleta de informações mais precisas para a colheita, seja por meio de sistemas inteligentes capazes de monitorar constantemente a umidade do solo e a evapotranspiração das plantas. Ao determinar necessidades hídricas em tempo real, a IA é um dos grandes propulsores da digitalização do agronegócio.
Em constante evolução, a tecnologia vem apresentando soluções inovadoras frente aos desafios complexos do setor, além de possibilitar a integração com outras ferramentas, como a Internet das Coisas (IoT) e análise de dados, sendo encontradas em sensores e na utilização de Big Data para promover a agricultura de precisão, rastreabilidade, sustentabilidade e tomada de decisões embasadas em informações em tempo real.
Como toda fonte, a IA também apresenta alguns desafios. Um estudo realizado pela pesquisadora Maíra de Souza Regis, da Universidade de Brasília (UnB), aponta que o Centro-Oeste é a região que mais adota a agricultura digital: 80% dos produtores usam softwares ou aplicativos, enquanto o Nordeste é o estado com menos uso. Essa defasagem mostra a discrepância regional de acesso à tecnologia, principalmente no âmbito social entre grandes e pequenos produtores. A falta de acesso à internet é a principal barreira para a completa digitalização.
Existe uma preocupação constante em como lidar com a segurança e a privacidade das informações quando o assunto está relacionado a dispositivos conectados a uma rede. O fator econômico também contribui para essa diferença, já que, segundo a pesquisa, estas se encontram mais presentes em propriedades a partir de 100 hectares e 10 funcionários.
A integração da Inteligência Artificial no agronegócio é fundamental para o enfrentamento de desafios globais, como a segurança alimentar. Entretanto, para o desenvolvimento igualitário dos players envolvidos, são necessárias políticas que proporcionem um caminho justo de acesso às oportunidades promovidas pela ferramenta, para que assim seja possível a implementação de soluções com base em IA, visando um futuro próspero e sustentável para o agronegócio.