IAC participa do projeto SemeAr Digital para ampliar o uso de tecnologias digitais no campo
Postado por Redação em 22/10/2025 em NotíciasObjetivo é gerar informações que contribuam para aumentar a produtividade das lavouras e reduzir os custos de produção
Instituto Agronômico de Campinas (IAC) — Foto: Fernando Evans
O Instituto Agronômico (IAC-Apta) participa do projeto SemeAr Digital, que visa ampliar o uso de tecnologias digitais no campo, especialmente entre pequenos produtores. O objetivo é gerar informações que contribuam para aumentar a produtividade das lavouras e reduzir os custos de produção, por meio de ferramentas inovadoras da agricultura digital.
Neste Centro de Ciência para o Desenvolvimento em Agricultura Digital – CCD-AD/SemeAr Digital, o IAC conduz pesquisas focadas em sensoriamento remoto e inteligência artificial, inseridas no terceiro dos seis eixos que estruturam as principais ações do SemeAr Digital. Essas tecnologias permitem monitorar e analisar dados agrícolas com maior precisão, oferecendo suporte técnico para decisões mais eficientes.
Com esse estudo, espera-se avançar no desenvolvimento de soluções práticas que atendam às demandas de pequenos e médios produtores rurais, ajudando a corrigir distorções de mercado e diminuir desigualdades no acesso às tecnologias digitais no setor agrícola.
A equipe criou uma base de dados utilizando sensoriamento remoto orbital, tecnologia que permite obter informações da superfície terrestre por meio de satélite de observação. “Esses equipamentos estão gerando um banco de dados que quantifica e qualifica os diferentes usos agrícolas da terra”, explica o pesquisador do IAC, Glauber José de Castro Gava.
A análise contempla áreas com culturas anuais e perenes, pastagens, silvicultura e vegetação nativa, além de avaliar o potencial de uso de tecnologias de irrigação em cada um dos dez municípios selecionados para o estudo. Esses municípios, denominados Distritos Agro Tecnológicos (DATs), foram escolhidos com base na diversidade produtiva, nos recursos naturais disponíveis e no número de produtores rurais que podem ser beneficiados.
O IAC atua diretamente em cinco DATs paulistas que integram o projeto Semear Digital, definidos por uma metodologia coordenada pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA-Apta): Alto Alegre, Caconde, Jacupiranga, Lagoinha e São Miguel do Arcanjo. Além desses, o projeto também contempla outras localidades brasileiras com alta demanda por informações sobre irrigação.
Os municípios de Ingaí, em Minas Gerais, Boa Vista do Tupim, na Bahia, Guia Lopes de Laguna, no Mato Grosso do Sul, Breves, no Pará, e Vacari, no Rio Grande do Sul, também foram selecionados como DATs e nessas regiões o trabalho é conduzido por outras instituições parceiras.
Funcionando como um piloto de fazenda inteligente, esses municípios também permitirão investigar e validar tecnologias habilitadoras para o desenvolvimento de soluções digitais priorizadas para cada realidade.
“Nessas localidades, a partir dos indicadores socioeconômicos foram identificados os gargalos de conectividade e mapeadas as soluções digitais demandadas pelos produtores rurais, bem como as instituições públicas ou privadas, empresas e startups capazes de suprir as necessidades naquele arranjo produtivo local”, explica Gava.
Participam também do projeto os cientistas do IAC: Isabella Clerici De Maria, Jane Maria de Carvalho Silveira, Jener Fernando Leite de Moraes e Regina Célia de Matos Pires. Associados aos projetos, há três bolsistas da FAPESP e um bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
IAC no Semear Digital
Na atuação do Instituto Agronômico (IAC), destacam-se as pesquisas em modelagem hidrológica, voltadas à avaliação da disponibilidade de água e do fluxo de sedimentos em bacias hidrográficas. O objetivo é fornecer subsídios para a formulação de políticas públicas e estratégias que promovam o uso eficiente dos recursos hídricos e enfrentem os desafios da escassez hídrica.
O IAC também desenvolve estudos sobre irrigação inteligente com uso de sensores de planta, solo e clima para monitorar e otimizar o uso da água na agricultura. A pesquisa incorpora imagens geradas por sensores, permitindo maior precisão na tomada de decisão em cultivos irrigados e contribuindo para a segurança alimentar por meio de práticas mais sustentáveis e eficientes. O objetivo é apoiar estratégias de gestão, prevenção de riscos e modelagem de processos nas áreas agronômica e ambiental.
“Ainda no desenvolvimento de tecnologias de imagens, estamos realizando pesquisas com tecnologias de imageamento, que visa elevar a qualidade do mapeamento e do monitoramento das culturas agrícolas e da cobertura do solo rural e urbano”, afirma a pesquisadora do IAC, Isabella Clerici De Maria.
Essas linhas de pesquisa compartilham um objetivo central: tornar acessíveis aos produtores rurais ferramentas digitais já disponíveis ou em fase de aprimoramento, permitindo seu uso de forma prática e imediata no dia a dia do campo. “Nosso trabalho está focado em organizar e ampliar o acesso às informações essenciais para uma gestão eficiente da atividade agrícola, facilitando a tomada de decisões e promovendo ganhos sustentáveis de produtividade”, destaca Isabella.
CCD-AD/SemeAr
Intitulado "Centro de Ciência para o Desenvolvimento em Agricultura Digital (CCD-AD/SemeAr)" é parte integrante de um conjunto de ações que se complementam na iniciativa "SemeAr". Esta iniciativa objetiva ampliar a produção e a produtividade no agronegócio de maneira mais sustentável, em escala nacional, por meio do uso de tecnologias digitais e conectividade.
O projeto é financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). O IAC é uma das instituições fundadoras desse Centro, juntamente com o Instituto de Economia Agrícola (IEA-Apta), também vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPQD), a Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" da Universidade de São Paulo (ESALQ/USP), o Instituto Nacional de Telecomunicações (INATEL), a Universidade Federal de Lavras (UFLA) e a Embrapa Agricultura Digital, instituição líder do Projeto Semear Digital.