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ConectarAGRO revela que apenas 69% das lavouras de café no Brasil têm acesso à internet

Postado por Redação em 11/09/2025 em Notícias

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Levantamento mostra que Paraná, Espírito Santo e São Paulo lideram em conectividade

ConectarAGRO revela que apenas 69% das lavouras de café no Brasil têm acesso à internet

Reprodução

A ConectarAGRO, associação que visa fomentar a expansão do acesso à internet, em parceria com a Universidade Federal de Viçosa (UFV), realizou um levantamento inédito sobre a presença da internet 4G e 5G nas lavouras brasileiras de café, cruzando dados de produção com cobertura digital. O estudo mostra que, dos 1,27 milhão de hectares cultivados com café no Brasil, 69% possuem acesso a redes móveis.

O levantamento revela um avanço expressivo, mas que também revela desigualdades marcantes entre estados e municípios. Os dados apontam que Paraná (81,8%), Espírito Santo (79,5%) e São Paulo (76,3%) lideram em conectividade, estando mais bem posicionados para adotar tecnologias como agricultura de precisão, monitoramento remoto e ferramentas de rastreabilidade.

O Espírito Santo alia sua elevada cobertura digital à força da produção de conilon no norte do estado e de arábica nas montanhas, alcançando também a maior produtividade média entre os principais estados produtores (32,03 sc/ha). Já São Paulo, berço histórico do café no país, mantém relevância por meio de regiões como a Mogiana e Alta Mogiana, onde a tecnologia e a conectividade têm impulsionado a qualidade dos grãos. O Paraná, apesar de ter perdido espaço em volume desde as geadas dos anos 1970, hoje se reinventa com cafés especiais, apoiados por um índice de conectividade exemplar.

Minas Gerais, maior produtor do país, ocupa posição intermediária: são 886 mil hectares de café, dos quais 67,8% estão conectados. “O dado, que à primeira vista parece robusto, esconde os desafios do estado, cuja produção é marcada por topografia montanhosa, grande dispersão territorial e predominância de pequenas propriedades, o que dificulta a universalização da cobertura digital mesmo em regiões de forte tradição cafeeira, como Sul de Minas e Matas de Minas”, explica Paola Campiello, presidente da ConectarAGRO.

Em contrapartida, Bahia (40,7%) e Goiás (10,5%) registram os piores índices de conexão, cenário que dificulta a inserção plena de suas lavouras na chamada agricultura 4.0. A Bahia, embora apresente produtividade relativamente elevada (25,43 sc/ha), sofre com a distância entre áreas produtivas e centros urbanos, além da limitação estrutural da cobertura digital em regiões como o Oeste Baiano e a Chapada Diamantina. Goiás, com apenas 10,5% das lavouras conectadas, mostra a maior lacuna tecnológica, evidenciando a urgência de investimentos em infraestrutura.

Análise municipal

A análise em nível municipal reforça esse retrato de contrastes. Entre os dez municípios com maiores áreas de café plantada, todos localizados em Minas Gerais, há cenários distintos: Patrocínio, no Cerrado Mineiro, possui a maior área cultivada (44,5 mil ha) e registra 57,9% de conectividade, enquanto Monte Carmelo, também no Cerrado, alcança 81,9% de cobertura e produtividade média de 42 sc/ha. Já Serra do Salitre, com 16,7 mil ha, conecta apenas 23% de suas lavouras, resultado que ilustra como a ausência de infraestrutura digital pode limitar o potencial produtivo mesmo em regiões de alta aptidão agrícola.

O estudo mostra que a conectividade deixou de ser apenas um diferencial competitivo e passou a ser condição essencial para o desenvolvimento da cafeicultura. A presença de internet no campo viabiliza desde o uso de sensores de monitoramento climático e sistemas de irrigação inteligentes até plataformas de rastreabilidade e certificações de origem, cada vez mais exigidas por mercados internacionais, como o europeu.

“A conectividade representa inclusão social, segurança alimentar e soberania tecnológica. Garantir acesso digital nas lavouras é assegurar que o café brasileiro continue sendo referência mundial em qualidade, inovação e sustentabilidade, em um mercado cada vez mais exigente”, conclui Campiello.

 

Postado por Redação em 11/09/2025 em Notícias

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