Solução implantada em fazenda de produção sustentável de castanha do baru, em Goiás, envolve o monitoramento inteligente das árvores

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O monitoramento inteligente de florestas em áreas de preservação, utilizando tecnologias de sensoriamento, conectividade e Internet das Coisas (IoT), é o foco de um projeto inovador desenvolvido pelo CPQD em parceria com a agtech id2t e o apoio da Embrapii. A prova de conceito, concluída em setembro, foi conduzida em uma fazenda de 200 hectares situada no município de Luziânia, em Goiás, que tem como atividade a produção sustentável da castanha do baru, um bioativo nativo do Cerrado.

Especializada em conectividade rural, IoT e IA, a id2t é uma spin-off da Bio2Me, empresa que integra o Programa Soja Sustentável do Cerrado, iniciativa do PwC Agtech Innovation e Land Innovation Fund da qual o CPQD participa como parceiro. As duas startups atuam na área de agronegócio sustentável e a id2t integra o portfólio de investidas do Ventures CPQD, venture builder de base tecnológica lançado há mais de dois anos pela organização.

“O foco inicial do projeto foi a detecção de incêndios que costumam ocorrer na época de maior seca no Cerrado, justamente quando é feita a colheita da castanha do baru, e assim também garantir mais segurança aos colaboradores que realizam esse trabalho”, afirma Marcio Campos, CFO da id2t. Com esse objetivo, o CPQD desenvolveu uma solução que combina o uso de sensores (a princípio, de temperatura, umidade e posicionamento), conectividade e também de sua plataforma de IoT e IA, que recebe os dados do campo e os transforma em informações organizadas em dashboards.

Os sensores foram colocados em dez árvores distribuídas pelos 200 hectares da fazenda, de modo a cobrir toda a sua extensão. Durante a prova de conceito, os dados coletados foram enviados em tempo real para a plataforma IoT/IA do CPQD, usando conectividade baseada em tecnologia sem fio LoRa Mesh (rede em malha) e backbone de satélite. “A solução monitora as condições climáticas e permite detectar incêndios rapidamente, se houver um aumento brusco da temperatura, por exemplo”, explica Fernando Rocha, líder técnico do projeto no CPQD. “Além disso, o sensor de posição da árvore indica se ela continua de pé e, com a geolocalização, é possível ter o registro da distribuição dos bioativos dentro da fazenda.”

Marcio Campos, da id2t, destaca ainda outro recurso importante proporcionado pela solução: a rastreabilidade total do baru, que atualmente é comercializado em lojas (físicas e virtuais) no Brasil e, em breve, também no exterior. “Na primeira fase do projeto, já conseguimos acompanhar as informações nos dashboards em tempo real. A intenção agora é evoluir para uma segunda fase, implantando o projeto em uma área maior e com mais sensores, por exemplo para detectar a presença de alguns gases, o que ajudará a prevenir o início de incêndios na floresta”, revela o diretor da id2t.

Para isso, a agtech está em negociação com um parceiro do agronegócio na Chapada Gaúcha, município de 14 mil habitantes em Minas Gerais, para a utilização de uma fazenda com mais de 10 mil hectares. Como essa área não possui conectividade, o projeto deverá começar pela implantação dessa infraestrutura - que será definida em parceria com o CPQD.