Acesso à Internet no campo cresce e acende importância sobre qualificação tecnológica
Postado por Redação em 11/07/2024 em NotíciasDados destacam aumento significativo no uso da internet no meio rural e a importância da qualificação profissional de jovens
Iro Schünke, diretor presidente do Instituto Crescer Legal. Foto: Junio Nunes
O uso crescente da internet entre os produtores rurais brasileiros está transformando o cenário da sucessão no campo. Desde a adoção de softwares e programas para gestão da propriedade até a implementação de novos equipamentos e técnicas que reduzem os custos de produção, a internet oferece diversas facilidades. Contudo, também aumenta a necessidade de qualificação e atualização sobre as novas tecnologias disponíveis para a propriedade.
Dados da PNAD Contínua do IBGE de 2022 mostram um grande avanço no acesso à internet nos últimos anos, principalmente no meio rural. A porcentagem de pessoas com acesso à internet subiu de 32% para 78%, entre 2016 e 2022, uma ampliação de 144%. O crescimento do número de pessoas que faz uso da internet nos domicílios rurais, desde 2016, foi mais expressivo no Sul e Centro-Oeste, onde estão também as melhoras “taxas de cobertura”: nestas regiões, apenas 15% dos domicílios não tinha acesso efetivo à internet em decorrência da indisponibilidade da oferta do serviço na área.
No setor do tabaco, os números são ainda mais expressivos. Pesquisa do CEPA/UFRGS, realizada em 2023, apurou que 92,1% dos produtores de tabaco da Região Sul do Brasil possui acesso à internet na própria residência; e 1,6% tem acesso à Internet em uma localidade próxima (associação ou clube, por exemplo).
Fundado em 2015, o Instituto Crescer Legal já se fez presente em 20 municípios da Região Sul do Brasil, onde foram sediadas 54 turmas do Programa de Aprendizagem Profissional Rural. O formato inovador, validado pelo Ministério do Trabalho, utiliza a lei da aprendizagem.
Ao usar cotas de suas empresas associadas e apoiadoras, todas indústrias do setor do tabaco, o instituto proporciona aos filhos de produtores rurais, de 14 a 17 anos, a contratação como jovens aprendizes para que frequentem o curso de Empreendedorismo e Gestão Rural no contraturno escolar, garantindo que fiquem longe de atividades impróprias para a idade.
Michele de Cássia Dzindzny, educadora social do Programa de Aprendizagem Profissional Rural da instituição, da turma de São João do Triunfo (PR), conta como o convívio com os aprendizes e a identificação com suas realidades têm sido inspiradoras. “Por meio do curso, os aprendizes têm oportunidade de relatar suas vivências e a pensar em melhorias. A gente pode ver o orgulho que sentem em falar das suas comunidades, o respeito pela agricultura e demonstram notar as oportunidades que o meio rural oferece. Para nós, um município pequeno que tem como carro-chefe a agricultura, principalmente através da cultura do tabaco, o Instituto significa novas chances para o jovem rural”, comenta.