Programa nutricional inclui ferramentas digitais de agricultura de precisão

Thiago Santos, diretor de Originação e Sustentabilidade da Barry Callebaut (esq.) e o Marcelo Altieri, presidente da Yara Brasil. Divulgação: Yara

A Yara, companhia mundial de nutrição de plantas, anuncia, durante a ExpoCacau, uma parceria com a Barry Callebaut para oferta de programa nutricional, incluindo ferramentas digitais de agricultura de precisão, assistência técnica e produtos de alta tecnologia, a produtores de cacau dos estados da Bahia, Pará, Espírito Santo e Rondônia, que fazem parte da rede de suprimentos da moageira.

Vigente há cerca de um ano, a colaboração entre as marcas proporcionou a comercialização pelas filiais da Barry Callebaut dos fertilizantes especiais da Yara com pegada climática reduzida, que também viabilizará, a partir da safra 2026, a oferta aos cacauicultores de adubos de matriz energética renovável, com pegada de carbono 90% menor comparado ao produzido a partir de fontes fósseis.
 

"A parceria com a Barry Callebaut reflete nossa abordagem de trabalho junto aos diferentes atores da cadeia de valor do alimento para que possamos levar a cada vez mais produtores e culturas as soluções de fertilizantes de baixa emissão em prol de uma descarbonização completa, da indústria ao solo e do solo à mesa”, explica Guilherme Schmitz, vice-presidente de Marketing e Agronomia da Yara. “Ao mesmo tempo, seguimos firmes no nosso compromisso de atuar lado a lado do produtor para apoiá-lo a solucionar os desafios de produção, a exemplo do que temos feito com os cacauicultores, com foco em gerar prosperidade para quem planta”, completa. A Yara ofereceu treinamento técnico com foco em nutrição para todo o time de campo da Barry Callebaut e disponibiliza assistência especializada de seus consultores para o produtor rural.

O objetivo da colaboração entre as empresas é promover o aumento da produtividade, da rentabilidade e da sustentabilidade das lavouras, com foco na geração de impacto socioambiental positivo para os produtores. Atualmente, o Brasil possui mais de 90 mil cacauicultores.

Embora seja o 6º país em área plantada (500 mil há) e o 7º em volume de produção de amêndoas (190 mil tons, representando 4,5% da produção mundial), o Brasil não é autossuficiente na produção de cacau e atualmente produz 380 kg por hectare. Afetada pela severa deficiência de nutrientes no solo, a Bahia, maior estado produtor, tem a produtividade em torno de 200 a 300 kg por hectare, uma realidade que a parceria entre a Barry Callebaut e a Yara começa a mudar. Produtores do estado envolvidos na iniciativa já relatam incremento de produtividade em torno de 200 kg por hectare.

Os resultados são fruto da adoção do programa nutricional NossoCacau, da Yara. Fertilizantes especiais, além de proporcionar a nutrição balanceada necessária para apoiar o aumento da produção, o produto conta com fontes nobres de nutrientes, incluindo nitrogênio nas formas nítrica e amoniacal e potássio em forma de sulfato, que contribuem para melhoria da qualidade e peso do fruto. Além disso, sua formulação, composta por oito nutrientes no mesmo grânulo, gera mais eficiência e diminui a necessidade de várias aplicações, o que também contribui para solucionar desafios operacionais de produção relacionados à baixa mecanização das lavouras, característica da cacauicultura regional, majoritariamente composta por pequenas propriedades.  

A partir de um banco de dados de análise de solos das regiões atendidas disponibilizado pela Barry Callebaut, a ferramenta de agricultura de precisão Ayra, tecnologia da Yara que analisa e interpreta esse tipo de dado para o desenho de recomendações nutricionais inteligentes e individualizadas, apoiou na realização de mais de 2 mil recomendações nutricionais aos produtores atendidos até o momento. Os dados avaliados pela ferramenta mostram que os desafios da produtividade passam pela carência de nutrientes. Cerca de 78% dos solos na Bahia e no Pará estão com níveis de fósforo abaixo do ideal, condição que também se repete com o potássio em 91% dos solos nas duas regiões, e se agrava com a deficiência de micronutrientes, como boro, ferro e manganês.

“A partir do panorama dos solos traçado pela ferramenta digital de precisão conseguimos apoiar de forma muito mais assertiva os produtores quanto ao manejo nutricional de suas lavouras, o que associado ao conhecimento agronômico de nosso time, bem como um portfólio de fertilizantes de alta tecnologia, gerou uma resposta direta da cultura no aumento de produtividade e qualidade do fruto, consequentemente, maior rentabilidade para o agricultor”, explica o vice-presidente da Yara.