Encontre aqui seu Software

Busca simples


Busca Avançada

Ferramenta agrega valor de uso à restauração ecológica de matas ciliares no Cerrado

Postado por Redação em 04/11/2025 em Notícias

Compartilhar:

O instrumento apoia a tomada de decisão de comunidades e produtores rurais

Ferramenta agrega valor de uso à restauração ecológica de matas ciliares no Cerrado
Área onde o estudo foi realizado - Foto: Google Earth

Cientistas da Embrapa Cerrados (DF), Universidades de Brasília (UnB) e Federal de Goiás (UFG) desenvolveram uma ferramenta para seleção de espécies nativas voltada à restauração ecológica, que também valoriza aspectos econômicos e socioculturais. Chamado Potencial de Restauração e Uso (PRU), o instrumento combina parâmetros ecológicos com os múltiplos usos das espécies.

Testes realizados em uma área de mata ciliar no Cerrado mostraram que mais de 70% das 93 espécies avaliadas têm PRU médio ou alto — e que algumas, antes pouco consideradas pelo baixo potencial ecológico, podem ganhar espaço graças ao alto potencial de uso.

As matas ciliares são as faixas florestais dispostas ao longo dos cursos d’água. Além de serem corredores de dispersão de sementes, prestam diversos serviços ecossistêmicos, como ciclagem de nutrientes, regulação climática, controle de erosão, provisão de matérias-primas e produção de alimentos. Elas são protegidas pela legislação ambiental como Áreas de Preservação Permanente (APPs) e devem ser restauradas se forem suprimidas. De acordo com estudos, dos cerca de 3 milhões de hectares de déficit de restauração de APPs no Brasil, 23,6% estão no Cerrado.

A vegetação das matas ciliares se conecta a outras formações vegetais e apresenta grande heterogeneidade ambiental, dificultando a proposição de estratégias de restauração ecológica. Diferentes abordagens para restaurar áreas degradadas já foram testadas pela pesquisa científica, como condução da regeneração natural, semeadura direta e plantio de mudas de espécies nativas. Porém, todas elas são baseadas apenas em aspectos ecológicos, o que muitas vezes torna o processo de restauração mais complexo e, portanto, menos interessante para comunidades e produtores rurais.

“Utilizar espécies que oferecem alternativas econômicas pode tornar a restauração ecológica mais atraente, indo além do cumprimento das exigências legais”, diz Lidiamar Albuquerque, líder do estudo. Com base nessa premissa, a pesquisa associou critérios ecológicos importantes na seleção de espécies, agregados no Potencial Ecológico (PE), aos usos que cada espécie pode ter, calculados como Potencial de Uso (PU), buscando aumentar as chances de sucesso da restauração e torná-la economicamente mais atrativa. Assim, a soma do PE e do PU de uma espécie compõe o seu Potencial de Restauração e Uso (PRU).

Postado por Redação em 04/11/2025 em Notícias