Aumentar margem e diminuir custos: os benefícios reais da conectividade no agro
Postado por Daniel Fuchs, co-fundador do Grupo Datora em 26/02/2025 em ArtigosAutor destaca os benefícios da conectividade e IoT para a Agricultura 4.0 no agronegócio
Daniel Fuchs, co-fundador do Grupo Datora
A conectividade é uma essencial aliada para o avanço do agronegócio brasileiro, setor que se destaca como importante expoente do PIB nacional. Em nossos casos de uso, como prestador de serviço de redes privativas LTE, pudemos observar algumas coisas interessantes e que podem dar uma luz para aqueles que ainda tem dúvida se vale o investimento deste tipo de tecnologia para habilitar a Agricultura 4.0 através do uso de tecnologias de IoT (Internet das Coisas).
Quando falamos de conectividade, não podemos esquecer que o objetivo não é a conexão, mas sim a informação que será gerada através dos dados que podem ser capturados por diversos sensores e transmitidos em tempo real para softwares que irão usar sua “inteligência” para gerar o que precisamos.
Muitas vezes pensamos em coisas muito complexas, mas pequenas mudanças causadas por essas informações já criam um impacto que justifica esse investimento e abre porta para se buscar ainda mais ganhos através destas aplicações que não se sabe se trarão ou não retorno. Na prática, trazemos aqui dados anedóticos.
A simples monitorização da condução do operador de tratores causa diferentes impactos: A monitoração constante da velocidade aplicada no trator, faz com que o operador se concentre neste quesito. O operador se torna obrigado a seguir uma velocidade que é projetada pelo sistema de modo que a aplicação de insumos agrícolas aconteça de forma uniforme, evitando pedaços onde se aplica um excesso de insumos e outros onde não se aplica a quantidade suficiente, aumentando o rendimento da terra trabalhada.
Os números compartilhados conosco variam entre 1% e 5% de aumento de produção e/ou redução no uso de insumos e vale lembrar que menos insumos também se transformam em benefícios para a saúde do consumidor e menos impacto no solo.
Esta monitoração constante também permite que se economize combustível, algo bastante representativo nos custos de produção, sendo que temos ouvido sobre ganhos de cerca de 4% no consumo anual de diesel, que além de representar economia, reduz o impacto ambiental da agricultura.
Ainda com relação ao trator, já que agora o operador não tem a opção de correr para cumprir o tempo de uma determinada área quando ele não usou a velocidade apropriada no resto do trecho designado para ele, também se vê uma economia na manutenção dos tratores e acessórios devido ao melhor uso destes.
Também a possibilidade de monitorar e operar bombas de aquisição de água fluvial, facilita o cumprimento de outorgas designadas por agências governamentais, além de evitar desperdícios e detectar falhas em equipamentos de distribuição como os pivôs de irrigação, cada vez mais comuns no Brasil. As outorgas são fundamentais na preservação da malha fluvial, que garante a preservação de inúmeras espécies de animais e vegetação pelo Brasil afora.
Aliás, esses pivôs também têm sido monitorados de modo a garantir que sua operação cumpra os quesitos dimensionados em plataformas especializadas, evitando se irrigar em excesso certas áreas, bem como o evitar a irrigação em diminuto, tudo isso afetando o tempo que esses equipamentos são usados, ficam em manutenção e o uso de água.
O uso de tecnologia trará vários tipos de impactos positivos, mensuráveis ou não, com benefícios para os negócios e para o meio ambiente por meio da melhor utilização dos recursos e esses dados já dão uma indicação clara de onde se pode chegar com o uso da conectividade no agronegócio.