Tecnologia ajuda agronegócio a enfrentar crise da gripe aviária no exterior
Postado por Redação em 28/05/2025 em NotíciasCom insights certos, produtores e agroindústrias podem ajustar produção, redirecionar estoques e proteger margens
Carlos Souza e Helmuth Hofstatter, cofundadores da Logcomex. Divulgação
O Ministério da Agricultura e Pecuária confirmou, no dia 16 maio, o primeiro foco de gripe aviária em uma granja comercial no Brasil, localizada no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul. Com a confirmação, a China e mais de 30 destinos comerciais impuseram embargos temporários à importação de frango brasileiro.
"Só a China, que aplicou um embargo de 60 dias, foi responsável por US$ 455 milhões em compras apenas no primeiro quadrimestre de 2025 — o que corresponde a 18% das exportações brasileiras de frango no período", conta Helmuth Hofstatter, CEO da Logcomex. Segundo o CEO, o impacto evidencia a vulnerabilidade da cadeia agroexportadora diante de crises sanitárias e acende o alerta para empresas do setor.
Em momentos como esse, ferramentas de inteligência de mercado tornam-se aliadas estratégicas."Ferramentas como o Export Intel e o Shipment Intel permitem que os exportadores monitorem os fluxos globais de exportação em tempo real, com uma leitura clara sobre quais países estão recuando, redirecionando compras ou até mesmo buscando novos fornecedores." explica o executivo.
Essas ferramentas possibilitam detectar variações abruptas no volume embarcado, acompanhar a reação de países que adotaram embargos regionais — como Japão, Emirados Árabes e Filipinas — e observar rotas alternativas ganhando força. “Já é possível verificar um aumento de 15% na capacidade de embarque nos portos de Santa Catarina e Paraná, compensando perdas no Rio Grande do Sul”, destaca Hofstatter.
Para as empresas do agronegócio, agir com agilidade requer uma base tecnológica robusta. Segundo Hofstatter, plataformas como o LogOS — sistema operacional de comércio exterior da Logcomex — centralizam a operação logística e aduaneira, permitindo revisão imediata de workflows, emissão de alertas automáticos sobre mudanças regulatórias e reconfiguração de rotas ou parceiros logísticos sem comprometer compliance.
"Em cenários como esse, em que choques sanitários impactam diretamente o comércio exterior, as empresas do agronegócio precisam ir além de uma reação rápida — elas precisam de uma estrutura tecnológica robusta que permita adaptação contínua.", defende o CEO.
Outro diferencial apontado por Hofstatter é o uso da análise preditiva, que combina inteligência artificial e dados históricos para antecipar tendências. “Com base nesses insights, conseguimos prever os movimentos dos concorrentes globais, identificar mercados que podem sofrer com desabastecimento e calcular riscos logísticos em pontos-chave da operação, como o porto de Paranaguá , que sozinho representa 46% do escoamento de frango brasileiro," diz.
Além dos reflexos no comércio exterior, a crise sanitária pode afetar o mercado interno. Com os insights certos, produtores e agroindústrias podem ajustar o planejamento da produção, redirecionar estoques e proteger margens de lucro.