Assistência remota reduz em até 50% o tempo de reparo em máquinas agrícolas
Postado por Redação em 22/10/2025 em NotíciasTecnologia desenvolvida pela Octágora reduz custos em até R$ 8 mil por atendimento e aumenta a eficiência técnica no campo
Daniel Cussi, cofundador e CTO da Octágora
A inatividade de colheitadeiras representa perda de produtividade e risco à janela de plantio ou colheita. Para enfrentar esse gargalo, fabricantes e concessionárias de máquinas agrícolas passaram a adotar a plataforma de assistência remota da Octágora, integrada aos óculos inteligentes RealWear, smartphones e tablets.
Com a adição da tecnologia, o tempo médio de reparo caiu entre 40% e 50%. Um problema elétrico que paralisava um trator por dois dias, por exemplo, pode ser resolvido em poucas horas. Além disso, cada deslocamento evitado economiza entre R$ 3.000 e R$ 8.000 em diárias, viagens e hospedagens.
“Estamos falando de um setor onde a complexidade técnica dos equipamentos cresce rapidamente e a distância é um obstáculo real. Conseguir centralizar a expertise em um único engenheiro e escalar esse conhecimento para múltiplas regiões no mesmo dia muda completamente a lógica do suporte técnico”, afirma Daniel Cussi, cofundador e CTO da Octágora.
O funcionamento foi desenhado para ser intuitivo. O operador no campo aciona o suporte via QR Code fixado na cabine da máquina. A câmera do dispositivo escaneia o código e, em segundos, abre a conexão com o especialista remoto. A partir daí, o engenheiro passa a ver em primeira pessoa os componentes internos do equipamento e guia o reparo com instruções visuais sobrepostas à imagem.
Todo o atendimento é gravado e registrado na plataforma, criando rastreabilidade e uma base de conhecimento para treinamentos futuros. Esse processo transforma cada reparo em um ativo que pode ser replicado em outros chamados.
“Um ponto-chave é a gestão do conhecimento. O vídeo de uma manutenção bem-sucedida não fica restrito ao chamado; ele se torna material para capacitar outros técnicos e evitar reincidência de falhas. Isso gera um ciclo virtuoso de eficiência”, explica Cussi.
Desafios do suporte tradicional
No modelo convencional, a manutenção de máquinas agrícolas enfrenta três grandes gargalos: distância, complexidade técnica e sazonalidade. Fazendas localizadas a centenas de quilômetros de centros urbanos dependem de deslocamentos demorados. Máquinas modernas, equipadas com sistemas eletrônicos e hidráulicos sofisticados, exigem técnicos altamente especializados. E, durante o plantio e colheita, qualquer atraso tem custo elevado.
Com a solução remota, esses entraves são mitigados. Além da rapidez no diagnóstico, os fabricantes conseguem reduzir custos de garantia, ampliar cobertura técnica sem aumentar equipes e entregar um pós-venda que fortalece a fidelização do cliente.
A tecnologia também altera a dinâmica entre fabricantes, concessionárias e produtores. Para o agricultor, significa menos perdas operacionais e mais confiança na marca do equipamento. Para as empresas, torna-se um diferencial competitivo no mercado de máquinas de alto valor.
“Não se trata apenas de resolver falhas mais rápido, mas de oferecer ao cliente a certeza de que terá suporte imediato, esteja onde estiver. Essa proximidade virtual fortalece o relacionamento e agrega valor ao produto, que deixa de ser apenas a máquina e passa a incluir a inteligência no atendimento”, diz Cussi.
Embora a adoção ainda encontre barreiras culturais em um setor historicamente conservador, a pressão por eficiência acelera a aceitação. Técnicos e operadores, inicialmente desconfiados, passaram a ver a solução como um recurso que amplia suas próprias capacidades.
“A percepção muda quando o mecânico entende que a tecnologia não o substitui, mas o conecta a um especialista que o ajuda a resolver problemas mais complexos. É quase como dar um superpoder ao técnico de campo”, conclui Cussi.