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Rastreabilidade do algodão brasileiro conecta o agro a um consumo mais consciente

Postado por Bianca Carvalho em 16/10/2025 em Notícias

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Algodão 100% rastreável une tecnologia, certificação socioambiental e inovação têxtil

Rastreabilidade do algodão brasileiro conecta o agro a um consumo mais consciente

Reprodução: Sou de Algodão

A rastreabilidade vem se consolidando como uma das tecnologias mais transformadoras do agro brasileiro. No caso do algodão, ela vai muito além da conformidade, sendo o elo que conecta sustentabilidade, inovação e transparência em toda a cadeia produtiva, do campo ao guarda-roupa.

Com 82% da produção nacional certificada pelo programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), a fibra brasileira é referência mundial em sustentabilidade e rastreabilidade digital. Essa jornada é impulsionada por movimentos como o Sou de Algodão, criado pela Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão), que reúne produtores, indústrias e marcas para promover uma moda mais consciente e conectada à origem.

Tecnologia a serviço da transparência

Criado em 2004, o Sistema Abrapa de Identificação (SAI) é a base tecnológica que permite rastrear o algodão fardo a fardo — um modelo adotado por poucos países no mundo. Cada fardo recebe uma etiqueta com código de barras único, seguindo normas internacionais (ISO 15416 e GS1), que identifica a unidade produtiva, o produtor, o número da prensa e o lote de origem.

Esses dados são consolidados digitalmente e podem ser consultados pelo portal da Abrapa ou pelo aplicativo SAI, que apresenta informações detalhadas como certificações socioambientais, laboratório de análise e qualidade da pluma (HVI).

Atualmente, mais de 15 milhões de fardos são identificados por safra, e a previsão é ultrapassar 18 milhões na safra 2024/25, ampliando o nível de controle e transparência da cadeia algodoeira brasileira.

Rastreabilidade com blockchain do campo ao consumidor

O programa SouABR, lançado em 2021, rastrea o algodão da semente ao produto final, conectando digitalmente todos os elos da cadeia, do produtor rural às marcas.

Com o uso de blockchain, os dados são compartilhados de forma segura e inviolável, garantindo a autenticidade das informações em cada etapa. Ao escanear o QR Code na etiqueta de uma peça de roupa, o consumidor pode visualizar a trajetória completa da fibra, incluindo a fazenda de origem, a indústria têxtil e o processo de beneficiamento.

Até maio de 2025, o sistema já havia rastreado mais de 460 mil peças, provenientes de 99 fazendas, 79 produtores e quase 80 mil fardos de algodão. Essa integração tecnológica torna o algodão brasileiro uma das cadeias mais transparentes do agro global, com rastreabilidade física e digital completa.

O programa ABR, que sustenta a base da certificação e da rastreabilidade, é auditado anualmente e contempla 195 critérios de conformidade relacionados à legislação ambiental e trabalhista, boas práticas agrícolas e governança.

Os pilares do programa abrangem desde saúde e bem-estar do trabalhador e desenvolvimento regional, até manejo integrado de pragas, conservação da biodiversidade e gestão de recursos hídricos. O resultado é um modelo de produção que alia eficiência agrícola à responsabilidade socioambiental — valores cada vez mais valorizados por marcas e consumidores.

O algodão rastreável no SPFW

O movimento Sou de Algodão retornou à São Paulo Fashion Week (SPFW) para seu 4º desfile, com a coleção “Trajetórias”, composta por 36 looks all black feitos com algodão 100% rastreável. As peças foram desenvolvidas a partir de algodão cultivado em fazendas certificadas pelo ABR e rastreadas pelo sistema SouABR.

O desfile é uma vitrine do potencial tecnológico do agro brasileiro e de como a rastreabilidade pode ser transformada em valor, estética e propósito.

Com a integração entre rastreabilidade, certificação e inovação digital, o algodão brasileiro mostra que é possível alinhar competitividade e responsabilidade. A tecnologia aplicada no campo fortalece a imagem do agro como um setor inovador, conectado e comprometido com práticas ESG, aproximando o produtor do consumidor.

 

Postado por Bianca Carvalho em 16/10/2025 em Notícias