Fazenda mede pegadas de carbono abaixo da média nacional com apoio de tecnologia digital
Postado por Redação em 04/09/2025 em NotíciasMembro do programa Bayer ForwardFarming, propriedade é modelo de sustentabilidade diante de desafios climáticos da região
Foto: Aline e Nathalia Vick. Créditos: JeffreyGroup/Bayer
A Fazenda Estância, em Pirassununga (SP), registrou pegadas de carbono abaixo da média nacional em soja e milho de segunda safra. O resultado foi possível graças à adoção de práticas de agricultura regenerativa e ao uso da ferramenta digital Footprint PRO Carbono, em parceria com a Bayer e a Embrapa. Desde o ano passado, a propriedade faz parte da iniciativa global Bayer ForwardFarming, programa que visa demonstrar a agricultura regenerativa na prática.
Durante a safra 2024/2025, a média de emissões da fazenda para a cultura de soja foi 60% menor do que a média brasileira. Já para o milho segunda safra, 46% menor do que a média nacional para a cultura no período (2024).
A mensuração da pegada de carbono permite uma visão clara das emissões na propriedade. Assim, o produtor pode direcionar ações para minimizar impactos e melhorar a eficiência da produção. Para a cultura da soja, foram avaliados 11 talhões na propriedade, considerando aspectos como mudança do uso de terra, plantio, manejos, colheita, secagem e transporte. A análise concluiu que a pegada de carbono da Fazenda Estância na safra 24/25, em média, atingiu 616,4 kg CO2 eq./t, 60% menor do que a média nacional, 1526 kg CO2 eq./t. Um talhão medido, em específico, chegou a 373 kg CO2 eq./t, 76% menor do que a média brasileira.
Fundada por José Vick, a Fazenda Estância passou por um processo de sucessão familiar em 2018, e hoje suas filhas Nathalia Vick, administradora e gestora de agronegócios, e Aline Vick, economista, estão à frente da propriedade. Com 1.100 hectares dedicados às culturas de soja, milho, sorgo, mandioca e cana-de-açúcar, as análises para as duas culturas foram conduzidas entre fevereiro de 2024 e março de 2025.
O cálculo foi feito pelo Footprint PRO Carbono, ferramenta desenvolvida pela Bayer em parceria com a Embrapa, baseada em uma metodologia com reconhecimento internacional, a avaliação do ciclo de vida (ACV), que calcula a pegada de carbono de produtos agrícolas em sistema de produção, incluindo as culturas de soja, milho e algodão. Capaz de efetuar cálculos por talhão, um diferencial em relação outras ferramentas no mercado, a calculadora permite um diagnóstico preciso e o reconhecimento de propriedades e produtores eficientes do ponto de vista de emissão de gases de efeito estufa.
“É importante ressaltar que cada talhão possui um perfil de solo e histórico de manejo diferente, o que influencia a pegada. Ainda assim, o talhão com maior pegada registrada ainda representa um montante 22% menor do que a média nacional”, explica Felipe Albuquerque, diretor de sustentabilidade da divisão agrícola da Bayer para a América Latina.
Seguindo a mesma metodologia usada para a safra de soja, a análise de pegada para o cultivo de milho segunda safra concluiu que a média da Fazenda Estância é 46% menor (751,71 kg CO2 eq./t) do que a média nacional para a cultura (1387 kg CO2 eq./t).
Para Aline Vick, pequenas mudanças no manejo fazem toda a diferença."Existem decisões que estão ao alcance dos produtores. No caso da cultura da soja, por exemplo, substituímos a aplicação de ureia pelo nitrato, que emite consideravelmente menos gases de efeito estufa. Além disso, implementamos tecnologias de precisão que minimizam as manobras de maquinário, resultando em economia de combustível e, consequentemente, na redução das emissões de gases. Uma agricultura mais precisa não apenas melhora os resultados obtidos, mas também gera benefícios sustentáveis a longo prazo."
Produtividade e solo mais saudável
A saúde do solo é um dos elementos centrais da agricultura regenerativa, e contribui para produzir a mesma ou maior quantidade de produtos agrícolas a partir de uma extensão territorial menor, com menos recursos e menor pegada climática e ambiental.
Em talhões com menor pegada, por exemplo, o índice de produtividade de soja da fazenda foi maior, chegando a 77 sacas por hectare. Além disso, entre 2020 e 2024, a propriedade manteve uma produtividade estável, em alguns casos até acima da média da região, mesmo durante período de chuvas escassas. Grande parte desse ganho é diretamente relacionado à adoção de práticas de agricultura regenerativa, como rotação de culturas e plantio direto, provando que sustentabilidade e produtividade andam juntas.
“A saúde do solo é a base de todo o nosso trabalho. Por meio da agricultura regenerativa, fortalecemos sua estrutura e promovemos um ecossistema mais equilibrado. Hoje, adotamos essas práticas em toda a propriedade, um trabalho que construímos ao longo dos anos, resultando em solos com maior resiliência ambiental e condições ideais para uma produção sustentável ao longo do tempo. A sustentabilidade virou a nossa marca”, destaca Aline.
A propriedade faz parte do programa PRO Carbono desde 2021, que por meio de um portfólio completo de soluções e ferramentas tecnológicas, apoia agricultores para potencializar a produtividade e a longevidade das lavouras junto com sequestro de carbono no solo e redução das emissões, com o objetivo de tornar as práticas de agricultura regenerativa uma realidade na américa latina. Desde então, novas técnicas foram implementadas e ampliadas para avançar na regeneração do solo, como a intensificação da rotação de raízes. Hoje, mais de 80% das áreas de produção de grãos já receberam plantas de cobertura em substituição ao milho ou ao sorgo de segunda safra em algum momento durante esse período.