Tecnologia impulsiona a rastreabilidade e moderniza a pecuária brasileira
Postado por Redação em 11/08/2025 em NotíciasRastreabilidade promove a capacidade de precisão da propriedade, facilitando a gestão e a qualidade de vida dos trabalhadores
Divulgação MSD Saúde Animal
A pecuária brasileira avança rumo à modernização com o apoio da tecnologia aplicada à rastreabilidade animal. Por meio de identificadores eletrônicos e sistemas digitais, produtores conseguem gerenciar individualmente seus rebanhos, aumentando a produtividade, a rentabilidade e a transparência para o consumidor final. Empresas como a MSD Saúde Animal, com seu portfólio de soluções tecnológicas, têm papel fundamental do avanço dessa tecnologia.
A companhia registrou um crescimento de 20% no faturamento de identificação animal com a marca Allflex em 2024, comparado a 2023. De acordo com Luciano Lobo, gerente de desenvolvimento de negócios de rastreabilidade da companhia, o uso da identificação animal é o ponto de partida para a coleta de dados essenciais à rastreabilidade. "Os dados por indivíduo são a base para uma gestão mais informada e de precisão, e para atender às novas demandas do mercado. O crescimento nas vendas de identificadores reforça o quanto a pecuária brasileira vem se transformando e buscando caminhos mais precisos", afirma.
A fábrica da companhia em Joinville (SC), dedicada exclusivamente à produção de identificadores visuais e eletrônicos da marca, atende, além do mercado brasileiro, a diversos países na América do Norte, Europa, Austrália, África do Sul e América Latina. Com sua estrutura e capacidade produtiva, a unidade fabril está preparada para o progresso do mercado nacional.
Gestão individualizada e aumento de performance
Rodrigo Albuquerque, médico-veterinário e gestor executivo da Fazenda Terra Madre, em Itapirapuã (GO), é um exemplo prático dos benefícios da rastreabilidade. A propriedade, de recria-engorda de gado de corte com integração lavoura-pecuária e 1.050 animais, iniciou a identificação visual em 2014 e, posteriormente, evoluiu para a identificação eletrônica e rastreabilidade dos bovinos.
"Nosso primeiro interesse na rastreabilidade foi pela rentabilidade. Fomos em busca de vender melhor nosso gado e acessar mercados mais valorizados. Essa estratégia resultou em uma valorização média de R$7 a mais por arroba na venda”, conta Rodrigo.
A principal mudança, no entanto, foi a transição do controle por lote para o controle individualizado dos animais, possibilitado pela identificação eletrônica Allflex. "Passei a saber quem é quem dentro do rebanho, as especificidades de cada animal", explica o médico-veterinário. Isso permitiu à Fazenda Terra Madre testar hipóteses para variações de performance e ganho de peso diário, comprovando, por exemplo, que a origem genética é um fator determinante.
Com base nessas análises e na validação dos dados, a fazenda aprimorou seu sistema de compras, originação do gado e escolha de fornecedores. "Trabalhar com animais geneticamente melhorados nos permite, hoje, um incremento de até 25% em produtividade", destaca Rodrigo. A rastreabilidade individual também assegurou à Fazenda Terra Madre 20% a mais de ganho de peso médio diário e lucro maior, com um retorno de R$10 para cada R$1 investido em rastreamento. Os chips eletrônicos, reutilizáveis, têm durabilidade comprovada, com identificadores em uso há oito anos na fazenda.
Desafios e oportunidades
O cenário atual da rastreabilidade no Brasil apresenta desafios, mas também grandes oportunidades. Iniciativas governamentais como o Plano Nacional de Identificação Individual de Bovinos e Búfalos, Uma Nova Marca para o Agro SP e o Sistema de Rastreabilidade Bovina Individual do Pará (SRBIPA) sinalizam um avanço esperado na identificação animal e rastreabilidade.
Rodrigo Albuquerque, que também é responsável pela página de Instagram Notícias do Front, ressalta a importância da rastreabilidade para o consumidor final. "A pecuária tem uma grande história para contar, só que a pecuária também tem uma nova história para ouvir, de quem demanda nossos produtos, os consumidores. Eles querem segurança do alimento e entender os impactos sociais e ambientais", afirma."Quando você tem seu gado rastreado, você consegue comprovar essas questões, acessar mercados mais exigentes, ampliar a qualidade da proteína. Você permite ao consumidor ter acesso de forma clara ao sistema produtivo, permite a ele saber que é um alimento nobre, seguro e saudável."
Luciano Lobo complementa que identificar individualmente os animais, que é a base da rastreabilidade, promove a capacidade de precisão da propriedade, facilitando a gestão e a qualidade de vida dos trabalhadores, aumentando a sanidade e o bem-estar dos animais e minimizando erros. “A transparência que permite e o que se pode ganhar com os dados são pontos que deixam o sistema lucrativo e, ao mesmo tempo, com mais respeito aos animais, ao mercado e ao meio ambiente. Identificar um animal significa ter acesso a dados necessários para gerenciar de forma sustentável a vida de cada um, bem como de um rebanho todo, elevando o patamar das decisões sanitárias, produtivas e comerciais.”