Pesquisadores recebem Prêmio Fundação Bunge por soluções tecnológicas no agronegócio
Postado por Redação em 24/09/2024 em NotíciasElisabete Ap. de Nadai Fernandes, Durval Dourado Neto, Larissa Pereira Ribeiro Teodoro e Hiago Henrique Rocha Zanetoni serão premiados
Elisabete Aparecida de Nadai Fernandes, professora da Universidade de São Paulo
Quatro cientistas brasileiros serão premiados no Prêmio Fundação Bunge 2024 por seus trabalhos em conectividade e rastreabilidade nas áreas de Ciências Agrárias e Aplicadas, com foco em soluções tecnológicas para o agronegócio e segurança alimentar. A 68ª edição da premiação, realizada nesta quinta-feira (26), no Iate Clube de Santos, em São Paulo, destaca projetos que atendem às demandas atuais do campo, promovendo a inovação e sustentabilidade.
Durval Dourado Neto, Professor Titular da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), será agraciado na categoria Vida e Obra no tema “Desenvolvimento e uso de tecnologias e conectividade acessíveis para a sustentabilidade no campo”. Sua experiência envolve o uso de tecnologia para otimizar práticas agrícolas que promovam a sustentabilidade no campo.
Durval Dourado Neto, Professor Titular da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP)
O ponto de partida foi o trabalho “Conectividade no Meio Rural”, de 2018, encomendado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). Trata-se do primeiro estudo de abrangência nacional sobre o acesso à Internet no meio rural. Ele mostra a cobertura dos sinais 3G e 4G em todo o Brasil, o posicionamento de cada antena de transmissão de sinais e sua capacidade ociosa. É uma ferramenta de análise territorial que mostra a cobertura digital das áreas rurais e pode oferecer cenários diversos, conforme os dados inseridos no modelo e seu cruzamento com outras informações.
Já a pesquisadora Larissa Pereira Ribeiro Teodoro, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, será agraciada na categoria Juventude, com pesquisadores de até 35 anos. Professora na UFMS, ela lidera projetos de pesquisa em fenotipagem de alta precisão e machine learning para aprimorar a produção de soja e milho no Cerrado.
Pesquisadora Larissa Pereira Ribeiro Teodoro
Atualmente, coordena projetos de pesquisa na UFMS/CPCS utilizando Fenotipagem de Alta Precisão e Machine Learning aplicados ao melhoramento genético de plantas que garantem ganhos de produtividade no campo. A fenotipagem de alto rendimento é menos invasiva, uma vez que não é preciso colher plantas a campo, e permite processar e analisar um conjunto de amostras numerosas, fornecendo respostas rapidamente - o que é especialmente útil quando se trabalha com melhoramento.
No tema “Rastreabilidade na produção de alimentos: segurança alimentar, capacitação e redução de assimetrias regionais”, Elisabete Aparecida de Nadai Fernandes, professora da Universidade de São Paulo, responsável pelo Laboratório de Radioisótopos do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA/USP), será agraciada na categoria Vida e Obra. Professora da USP, coordena projetos internacionais e recebeu prêmios por suas contribuições à metrologia e rastreabilidade na agropecuária, além de liderar iniciativas voltadas à transparência em cadeias produtivas.
Atualmente, um grupo de pesquisadores do CENA, sob a coordenação de Elisabete, trabalha em grande projeto reunindo as cadeias produtivas de soja, carne bovina e madeira. O objetivo é rastrear a origem do produto final, atestando que não vem de áreas de desmatamento. No caso das madeiras, os pesquisadores se dedicam, no momento, às análises e dados que vão compor o banco de dados das madeiras nobres da região.
Hiago Henrique Rocha Zanetoni, professor da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR)
No mesmo tema, Hiago Henrique Rocha Zanetoni, professor da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR), receberá o prêmio na categoria Juventude. Ele é especialista em rastreabilidade agroalimentar com uso de blockchain. Engenheiro Agrícola e Ambiental e professor na UFR, explora como a tecnologia pode aumentar a transparência nas cadeias produtivas, beneficiando tanto consumidores quanto produtores.
Para as cadeias produtivas do agronegócio, a tecnologia possibilita, por exemplo, identificar o histórico de um item desde o início da produção até o consumidor final. Tomando como exemplo um alimento, cada etapa como cultivo, colheita, transporte, armazenamento, distribuição e chegada ao ponto de venda, pode ser registrada em um respectivo bloco do blockchain, permitindo que seja feito o rastreamento de todo o percurso.