Tecnologia contra incêndios aumenta a produtividade na produção de cana-de-açúcar
Postado por Redação em 23/04/2025 em NotíciasClimatech já evitou a perda de mais de 80 mil ha em áreas de plantação de cana-de-açúcar com sistema de monitoramento
Rogerio Cavalcante, diretor da climatech umgrauemeio
O avanço tecnológico tem se mostrado um aliado estratégico no campo, especialmente para o setor canavieiro. Na safra 2023/24, o Brasil colheu 713,2 milhões de toneladas de cana-de-açúcar — um aumento de 16,8% em relação ao ciclo anterior, segundo dados da Conab. Por trás desse desempenho está, entre outros fatores, a adoção de tecnologias que ampliam a eficiência e protegem a lavoura contra ameaças como os incêndios.
Apenas em janeiro de 2025, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) registrou 3.137 focos de incêndio no país, a maioria em áreas agrícolas. A perda para o setor de cana em 2024 chegou à casa dos R$ 2 bilhões, especialmente no estado de São Paulo. O alerta é claro: prevenir é mais eficaz — e mais barato — do que apenas reagir.
Nesse cenário, destaca-se o sistema Pantera, desenvolvido pela climatech brasileira umgrauemeio, que combina câmeras e inteligência artificial para detectar incêndios em menos de três segundos. Desde 2016, a solução já preservou mais de 24 mil hectares e evitou prejuízos estimados em R$ 192 milhões aos produtores.
“Cada segundo é decisivo no combate ao fogo. Um incêndio pode começar pequeno, mas, se não for controlado rapidamente, gera prejuízos imensos”, afirma Rogério Cavalcante, CEO e fundador da umgrauemeio.
Com mais de 17 milhões de hectares monitorados e mais de 130 torres de vigilância em operação, a empresa tem revolucionado a gestão de risco no agronegócio. Além de proteger a lavoura, o Pantera contribui com a preservação ambiental e a redução da emissão de CO?.
A resistência à adoção de novas tecnologias ainda é um desafio, mas os dados falam por si: o investimento em prevenção oferece retorno garantido. Em 2024, a umgrauemeio recebeu um aporte de R$ 18,7 milhões de um fundo formado por Baraúna Investimentos, Indicator Capital, The Yield Lab e Rural Ventures para acelerar ainda mais sua operação.
“O agronegócio não pode apenas reagir quando o incêndio já está devastando a lavoura. É preciso adotar uma postura proativa, com tecnologia de ponta para evitar que o fogo se alastre”, reforça Cavalcante.