Tecnologia de detecção rápida de focos de incêndio reduz perdas na agricultura
Postado por Redação em 05/06/2025 em NotíciasCom mais de 17 milhões de hectares monitorados, redução dos prejuízos com os incêndios na agricultura chega a 90%
Sala de Monitoramento instalada no Instituto Homem Pantaneiro
Em janeiro de 2025, foram registrados 3.137 focos de incêndio no país, segundo o INPE, com destaque para a Amazônia e o Cerrado. A dificuldade de modificar o combate a incencios pode agravar a destruição do fogo. É nesse cenário que o uso de tecnologias de detecção rápida se torna essencial para reduzir perdas em áreas agrícolas e florestais.
“Até quando o país terá condições de conviver com essa devastação?”, questiona Rogerio Cavalcante, CEO da umgrauemeio, climatech brasileira que oferece soluções tecnológicas voltadas à prevenção e contenção de incêndios florestais e agrícolas. Segundo ele, a falta de modernização nas estratégias de prevenção e combate ao fogo preocupa.
Ainda acordo com o INPE, entre 2020 e 2024, o país registrou 1 milhão de focos de queimadas. A maior parte dessa destruição está concentrada em áreas de expansão agrícola. “Cada segundo é decisivo no combate ao fogo. Em seu começo, ele pode ser facilmente apagado com um pé. Passados alguns minutos, contudo, o seu efeito é devastador", explica o CEO.
A climatech desenvolveu uma solução de gestão integrada e análise de risco que utiliza inteligência artificial em um sistema de monitoramento por câmeras para o combate aos incêndios. Desde a sua fundação, em 2016, até o momento, mais de 17 milhões de hectares são monitorados pela empresa (10 milhões em florestas e áreas nativas e 7,5 milhões em plantações agrícolas). Para cobrir essa área, estão em operação mais de 130 torres de monitoramento.“Somos pioneiros na identificação e prevenção de incêndios agrícolas e florestais, utilizando a inteligência artificial”, assegura Cavalcante.
Ao falar sobre o pioneirismo da umgrauemeio, o seu CEO refere-se ao Pantera, um sistema que agrega múltiplas tecnologias para detecção de incêndio, gestão e manejo integrado do fogo. O trabalho da climatech tem dado certo. Mais de 24 mil hectares de áreas agriculturáveis foram preservados, gerando uma economia aproximada de R$ 192 milhões para as empresas que utilizam o sistema.
Essa informação tem maior relevância quando se observa alguns dados de 2024 do setor canavieiro no Centro-Sul, que revelam o perigo iminente aos produtores resistentes à tecnologia.
Ano passado, esse setor teve uma perda de R$ 2,67 bilhões em decorrência de áreas incendiadas. Os seus produtores estimaram uma quebra na produção da safra de cana-de-açúcar em até 15%. Se houvesse a prevenção correta, esses resultados negativos poderiam ter sido evitados. O monitoramento eficiente das áreas de plantação garantiria a segurança da safra.
“As mudanças climáticas são um fato inconteste e o impacto decorrente delas é crescente. O agronegócio não está imune aos seus efeitos, por isso, os produtores precisam compreender que não se pode apenas reagir às queimadas. Mais do que só debelar o fogo quando ele está se alastrando, precisamos agir com tecnologia para que ele sequer surja e que, se surgir, consigamos de maneira imediata extingui-lo”, assegura Cavalcante.